Adjetivo superlativo na fala de homens gays: uma discussão sociolinguística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Felix, Rafael de Almeida Arruda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143840
Resumo: Partindo da observação de que o uso do superlativo no português do Brasil, principalmente em formas com o sufixo -érrimo e -ésimo, poderia estar associado à fala de homens gays, esta pesquisa de mestrado propõe analisar a fala de homens gays através de entrevistas sociolinguísticas, a fim de verificar se o uso de superlativo poderia configurar uma característica real e/ou indiciária de um falar gay. Com vistas a alcançar esse objetivo, analisamos dados coletados de amostras de fala de 24 informantes do sexo masculino, que se auto-identificam como gays, oriundos da cidade de Ribeirão Preto. Para aferir a frequência de uso do superlativo bem como os fatores linguísticos e extralinguísticos que poderiam estar condicionando esse uso, utilizamos o pacote GOLDVARB X. Os resultados obtidos foram confrontados com dados do que chamamos "grupo controle", extraídos do Banco de Dados Iboruna. Os nossos resultados nos permitiram verificar que o uso dos sufixos superlativos feito por gays não se dá com tanta frequência como sugere o estereótipo. No entanto, quando comparamos os usos do superlativos pelos informantes gays com aqueles do grupo controle, podemos notar uma diferença sutil no uso desses superlativos o que nos permite afirmar que essa possa sim ser uma característica da fala de gays. Nossos resultados também permitem uma reflexão relativa a esse uso envolvendo questões de estereótipo sociolinguístico e identidade, na qual podemos verificar que fala dos informantes gays entrevistados, em sua maioria, é determinada pela identidade e que os informantes a adequam de acordo com a situação de fala, buscando se afastar ou se aproximar do estilo de fala gay.