Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Paschoal, Ligia Perez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-15082016-160123/
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Resumo: |
A presença de uma criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em uma família está associada à maior vulnerabilidade emocional dos pais assim como à maior suscetibilidade de seus irmãos bebês ao transtorno e a outros problemas do desenvolvimento. A detecção e a intervenção precoces têm sido apontadas como fundamentais para redução do sofrimento e melhoria do prognóstico de desenvolvimento de bebês. O retraimento social, fenômeno essencialmente diático e relacionado a perturbações duradouras da interação, constitui importante sinal de sofrimento psíquico nos primeiros meses de vida. Manifesta-se através da redução ou ausência de comportamentos positivos (como contato visual, sorrisos e balbucios) e/ou pelo aumento da frequência de comportamentos negativos (como choros, gritos e gestos de autoestimulação), e pode ter origem em uma combinação de fatores orgânicos e ambientais. Por estar associado a uma série de problemas de comportamento e relacionamento que se estendem da infância à idade adulta, sua identificação nos primeiros dois anos de vida constitui importante sinal de alerta para risco de desenvolvimento psíquico, podendo ser útil na avaliação deste grupo específico de bebês. O objetivo do presente estudo consiste em descrever e avaliar a ocorrência de retraimento de bebês, irmãos de crianças com diagnóstico de TEA, em comparação com outros bebês, irmãos de crianças sem diagnóstico de TEA, além de estimar a associação entre o retraimento do bebê e outras variáveis como: sexo do bebê; escolaridade materna; suporte social percebido pela mãe; grau de autismo do irmão; e presença de sinais de risco para autismo do bebê. A amostra do estudo foi composta por 133 famílias, sendo 68 pertencentes ao grupo caso (com um bebê e, ao menos, um(a) filho(a) mais velho com TEA) e 65 pertencentes ao grupo contraste (sem nenhum(a) filho(a) com TEA, a lém de um bebê). A avaliação do retraimento foi realizada através da codificação da Alarm Distress Baby Scale (ADBB) aplicada a filmagens da interação mãe-bebê. Embora a frequência de retraimento tenha sido duas vezes maior entre os bebês do grupo caso (19,11%, n=13) em relação aos bebês do grupo contraste (9,23%, n=6), a diferença encontrada não foi estatisticamente significativa (p=0,103). Dentre os itens avaliados pela escala, bebês, irmãos de crianças com TEA, apresentaram redução significativa da expressão facial em comparação aos irmãos de crianças sem TEA (p=0,012), independentemente do desfecho de retraimento. O grau de autismo do irmão e o suporte social percebido pela mãe não apresentaram associação com o retraimento (p=0,250 e p=0,554), assim como o sexo ou a idade do bebê. Em contrapartida, o retraimento parece estar associado ao risco para autismo do bebê (p=0,003) e ao grau de escolaridade materna (p=0,042). Ainda que não apresentem risco estatístico comprovado para o retraimento, o conjunto de resultados indica que bebês, irmãos de crianças com TEA, podem apresentar maior vulnerabilidade para tal. Os resultados demonstram, portanto, que irmãos de crianças com autismo têm chance aumentada de apresentarem problemas do desenvolvimento, o que aponta para a consequente necessidade de elaboração de estratégias de intervenção junto a essas famílias |