Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Talita Duarte |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-30052019-154814/
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Resumo: |
Coxiella burnetii é a bactéria intracelular causadora da Febre Q, capaz de subverter funções celulares e evadir o reconhecimento do sistema imune da célula hospedeira permitindo o estabelecimento do seu nicho replicativo nas células-alvo: macrófagos e monócitos. É um patógeno altamente virulento, sendo necessário poucos organismos para desencadear a doença, e é considerado como um potencial agente de bioterrorismo da categoria B. Entre os danos econômicos causados por C. burnetii destaca-se a infecção de animais de gado, seu reservatório natural, pois causa aborto espontâneo dos filhotes e, consequentemente, prejuízo aos produtores. Seres humanos também adquirem a infecção, por inalação de partículas contaminadas. Hospedeiros imunocompetentes são capazes de restringir a infecção por C. burnetii apesar dos diversos mecanismos de evasão da resposta imune do hospedeiro, como interação com vias de sinalização celular e utilização de efetores bacterianos. No entanto, em hospedeiros não competentes a infecção pode evoluir para casos de Febre Q crônica e levá-los à morte. Modelos murinos são frequentemente utilizados para entender as interações patógeno-hospedeiro nas infecções por essa bactéria. A diferença na suscetibilidade de macrófagos de diferentes linhagens murinas e de diferentes tipos celulares à infecção por C. burnetii ainda é pouco conhecida. No entanto, sabe-se que C. burnetii fase II sucumbe a macrófagos derivados da medula óssea (BMDMs) de camundongos C57BL/6, enquanto células das linhagens BALB/c e A/J são suscetíveis à infecção. Nesse contexto, considerando a relevância biomédica de C. burnetii, faz-se necessário a determinação de um modelo relevante para melhor compreender as relações patógeno-hospedeiro nas infecções por essa bactéria. Neste trabalho, caracterizamos um novo modelo de estudo com macrófagos primários que permite avaliar a infecção com C. burnetii fase II in vitro, além de elucidar os mecanismos relacionados à suscetibilidade das células à bactéria. Por meio de quantificação do DNA genômico bacteriano por qPCR verificamos que macrófagos alveolares (AMs) murinos são altamente suscetíveis à replicação da bactéria, mesmo no fundo gênico restritivo C57BL/6. Caracterizamos a replicação da bactéria em AMs por microscopia de fluorescência e microscopia eletrônica de transmissão e demonstramos que essa replicação ocorre dentro dos vacúolos parasitóforos típicos. Pela análise de expressão gênica por RT-PCR efenotipagem de marcadores de superfície por FACS identificamos que a alta suscetibilidade dos AMs se deve a uma polarização dessas células para um padrão M2. Por fim, validamos a relevância desse modelo pela análise da suscetibilidade de AMs murinos deficientes para NOS2, IFN-? e IL-4 como prova de princípio. Verificamos que a suscetibilidade de AMs é comparável à de células Vero e células THP-1, modelos celulares imortalizados descritos como altamente suscetíveis à replicação de C. burnetii, e que AMs podem ser utilizados para estudos utilizando células derivadas de camundongos com fundo gênico C57BL/6. Dessa forma, nosso trabalho caracterizou os AMs murinos como um relevante modelo celular primário altamente suscetível para o estudo das interações patógeno-hospedeiro frente à infecção in vitro por C. burnetii fase II, além de elucidar os mecanismos por trás dessa suscetiblidade |