Avaliação do tecido miocárdico por meio do mapeamento T1 em pacientes com doença coronariana estável e isquemia detectada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ribeiro, Matheus de Oliveira Laterza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-21062023-122539/
Resumo: Introdução: A isquemia miocárdica, fenômeno fisiopatológico resultante do desbalanço da oferta e consumo de oxigênio, usualmente, é identificada por métodos eletrocardiográficos, perfusionais ou por alteração transitória da contratilidade segmentar do ventrículo esquerdo. No entanto, a simples identificação destas alterações descreve basicamente registros do déficit perfusional sem identificar alterações celulares e da membrana do miócito. O surgimento da técnica do mapeamento T1, composto pelo mapa T1 nativo e fração de volume extracelular (ECV), obtida pela ressonância magnética cardíaca (RMC), permitiu uma avaliação mais precisa do tecido miocárdico, sobretudo na ocorrência de danos estruturais, onde se inclui, o infarto agudo do miocárdio ou moléstias infiltrativas. Assim, a identificação de alterações da microestrutura miocárdica em pacientes com doença coronariana crônica (DAC) durante a indução de isquemia pode adicionar conhecimentos mecanísticos deste fenômeno. Métodos: Trata-se de análise retrospectiva de pacientes portadores de DAC multiarterial com indicação de revascularização miocárdica. Foram incluídos pacientes submetidos a RMC com mapeamento T1 pré-procedimento. A identificação de isquemia miocárdica induzida durante estresse foi realizada por meio de cintilografia miocárdica ou protocolo de RMC com dipiridamol. Os segmentos miocárdicos foram então classificados em isquêmicos e não isquêmicos. Os valores de mapa T1 nativo e ECV em repouso e logo após a indução de estresse dos segmentos isquêmicos e não-isquêmicos foram comparados entre si. Resultados: De 219 pacientes, 97 foram excluídos por não apresentarem avaliação de isquemia com cintilografia miocárdica ou RMC de estresse. Os 65 pacientes restantes foram incluídos neste estudo. A análise foi realizada em 840 segmentos miocárdicos, sendo 654 não-isquêmicos e 186 isquêmicos. Os valores de T1 nativo foram [1012.84 (983.70-1042.0) vs 1017.06 (983.70-1042.03), p=.53] e ECV [28.30 (25.63-31.07) vs 28.72 (26.91-30.51, p=.42]. A análise em repouso dos segmentos isquêmicos quando comparados aos não-isquêmicos não mostraram resultados estatisticamente diferentes. Resultado semelhante foi obtido na presença de isquemia estresse induzida para valores de T1 nativo [sem isquemia 1023.05 (974.42-1067.37 vs isquemia 1038.49 (932.82-1135.56), p=.39) e ECV [sem isquemia 29.47 (27.06-32.11) vs isquemia 30.93 (25.01 - 36.97), p=.46]. A análise dos componentes do mapeamento T1 de territórios coronarianos irrigados por vasos epicárdicos com obstruções acima de 90% quando comparados a territórios não obstrutivos mostrou similaridade entre segmentos isquêmicos e não isquêmicos. Conclusão: Neste estudo, o mapeamento T1 revelou estabilidade e integridade da microestrutura miocárdica mesmo na presença de isquemia de estresse induzida em pacientes com doença coronariana multiarterial estável