Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ricci, Waleska Zafred |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-22032022-161620/
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Resumo: |
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis representam uma das principais causas de morte no mundo, dentre elas, destaca-se as doenças cardiovasculares (DCVs) como um problema de saúde de ordem mundial com elevado número de mortes, principalmente nas mulheres, quando na faixa etária do climatério e pós-menopausa. Há lacunas na literatura nacional sobre a influência da situação socioeconômica das mulheres na mortalidade por DCVs. Trata-se de um estudo ecológico e de tendência temporal com o objetivo de investigar a relação entre os coeficientes de mortalidade por doenças cardiovasculares em mulheres no município de Ribeirão Preto com determinantes sociais da saúde, no período de 2010 a 2018. Participaram deste estudo mulheres que foram a óbito por DCVs, residentes no município de Ribeirão Preto, independentemente do seu local de óbito. Os dados foram fornecidos pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto referente aos óbitos de mulheres residentes no município, independentemente do seu local de óbito. O estudo foi realizado de março de 2019 a setembro de 2021. As taxas de mortalidade padronizadas por idade (TMPI) por 100 mil habitantes para DCV foram calculadas para o sexo feminino, faixa etária e ano de ocorrência do óbito, utilizando-se a população padrão da Organização Mundial da Saúde e o método direto de padronização. As variáveis sociodemográficas foram extraídas do Índice Paulista Vulnerabilidade Social (IPVS) da Fundação Sistema Estadual de Coleta de Análise de Dados (SEADE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foram analisadas por meio da análise espacial por setor censitário do município de Ribeirão Preto. A análise descritiva estatística dos dados foi realizada utilizando o programa estatístico STATA versão 14 para Windows. Utilizou-se a frequência e o percentual dos óbitos por DCV de acordo com o ano, sexo e faixa etária ao longo do período. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa. No período ocorreram 11.087 óbitos, destes 5.518 em mulheres por DCVs. Do total de óbitos por DCVs ocorrido no período, 49,8% foram atribuídos às mulheres. A cardiopatia isquêmica apresentou um total de 1.545 (28,0%) óbitos, doenças cerebrovasculares 465 (8,4%) óbitos e doença cardíaca hipertensiva com 398 (7,2%) óbitos no sexo feminino. Na faixa etária de 50 a 80 anos ou mais, somaram-se 5.247 (94%) óbitos. No entanto, observou-se 26% de aumento da mortalidade a partir da faixa etária dos 50 anos (397 óbitos) nas mulheres. Na faixa etária acima de 80 anos encontrou-se 2.636 (40,4%) óbitos. Na análise univariada das variáveis sociodemográficas do IPVS, todas foram significativas e positivas, e a mais alta rendimento médio das mulheres responsáveis pelo domicílio (I=0,521). Na análise bivariada, foi significante e positiva a proporção das mulheres alfabetizadas responsáveis pelo domicílio (I=0,047). Os resultados do presente estudo mostraram que os determinantes sociais em saúde, como renda, escolaridade e sexo feminino estão relacionados com a mortalidade por DCVs no município analisado. Desta forma, nossos achados corroboram com a literatura de que maior privação socioeconômica nas mulheres ocorre um aumento gradativo de risco para as DCVs e mortalidade, principalmente a partir dos 50 anos de idade. Como também podem subsidiar as políticas públicas em nosso país com múltiplas ações para as mulheres com condições socioeconômicas desfavoráveis, uma vez que, são mais susceptíveis a mortalidade por DCVs e seus fatores de risco. |