Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bertevello, Daniel Arthur |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17082022-104015/
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Resumo: |
Mesmo com os constantes avanços científicos em relação ao tratamento e prevenção do HIV/Aids, a epidemia continua representando um desafio aos pesquisadores e à saúde pública. A incidência desta doença permanece elevada em todo o mundo, com cerca de 1,5 milhões de novas infecções no ano de 2020. A prevenção combinada é atualmente a estratégia preconizada no combate à epidemia, destacando-se dentre os diversos métodos preventivos a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que utiliza medicamentos orais para indivíduos de alta vulnerabilidade. A PrEP passou a fazer parte do arsenal de estratégias de prevenção disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro no início do ano de 2018. A eficácia da PrEP para prevenir a infecção pelo HIV foi comprovada em diversos estudos, mas benefícios adicionais desta nova estratégia, tais como melhora da qualidade de vida sexual, afetiva e emocional, foram pouco explorados até o momento. O direito à saúde sexual e reprodutiva, incluindo atenção à função e satisfação sexual, tem sido enfatizado por diversos organismos internacionais e pelo Ministério da Saúde do Brasil. Este estudo avaliou os efeitos da PrEP na qualidade de vida sexual e saúde mental de seus usuários após a adoção desta medicação. Para isso, utilizamos metodologia de estudo observacional de corte transversal. Participantes em potencial, usuários de PrEP, foram recrutados nos serviços de saúde e convidados a responder ao questionário de avaliação da qualidade de vida sexual e inventários de ansiedade e depressão. Participantes selecionados foram convidados a uma entrevista em profundidade. No total, 221 participantes com mediana de idade de 33 anos responderam ao questionário do estudo, dentre os quais 216 (98%) identificaram-se homens; tinham alta escolaridade (89% graduação completa) e a maioria (71%) raça/cor branca. Observamos efeitos relevantes ao uso da PrEP sobre aspectos da libido, excitação, ereção e satisfação sexual, sendo que 41,6% afirmaram melhora em ao menos um dos itens após início da PrEP. Outro achado relevante que foi nomeado Alívio, 54,3% respondem positivamente a todos os questionamentos que se referem a diminuição da interferência por receio do HIV durante ou depois das relações sexuais, especificamente 69% dos participantes relataram pensar menos/muito menos no HIV; 73% relataram ficar menos/muito menos preocupados com a possibilidade de contrair HIV; 73% relataram que a possibilidade de infecção pelo HIV atrapalha menos/muito menos frequentemente na qualidade da relação. Observamos presença de ansiedade em 44% e depressão em 20% da amostra. As entrevistas em profundidade contaram com 10 participantes, sendo 9 homens cisgênero e 1 homem transgênero; 8 refereriram-se gays e 2 bissexuais. A faixa etária variou entre 23 e 60 anos; 7 referiram raça/cor branca e 3 referiram ser pretos/pardos; todos tinham alta escolaridade (5 graduados, 4 pós-graduados e 1 graduando). As entrevistas indicaram presença de benefícios que extrapolam a proteção biológica da PrEP ao HIV, estendendo-se para a saúde mental/emocional, diminuição na percepção de preconceito e estigmas sociais, ampliação da consciência, acesso aos cuidados com sua própria saúde e melhora na qualidade de vida sexual |