HIV/AIDS e profilaxia pós-exposição sexual: estudo de caso de uma estratégia de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Filgueiras, Sandra Lúcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4875
Resumo: O surgimento de novos métodos preventivos eficazes revigora a prevenção da infecção pelo HIV e potencializa a atenção a diversas situações de vulnerabilidade e risco que as pessoas vivenciam. Todavia, a apropriação destes avanços tecnológicos em benefício da população exige exame e reflexão crítica sobre as práticas de saúde, a gestão dos serviços e a organização dos processos de trabalho na rede de saúde. Esta pesquisa é um estudo de caso realizado em um serviço público de saúde do Estado do Rio de Janeiro, com objetivo de analisar os modos de aplicação da Profilaxia Pós-Exposição Sexual (PEP sexual), visando à identificação de fatores associados às limitações e possibilidades de “sucesso prático” desta estratégia, como dispositivo de cuidado na prevenção do HIV. Foram utilizados métodos qualitativos e adotada uma perspectiva analítica das ciências sociais, humanas e da saúde. O princípio da integralidade, em suas dimensões ligadas às práticas de saúde e organização do processo de trabalho (Mattos, 2004), foi utilizado como parâmetro para a análise do material. Os dados foram organizados em três eixos de análise: percepção de risco, cuidado e processo de trabalho. Também foram observados aspectos relacionados à intersubjetividade produzida na relação entre profissionais e usuários, à construção do cuidado integral, ao estímulo à autonomia dos sujeitos usuários e respeito aos direitos humanos. Os resultados demonstram que os espaços de intersubjetividade circunscritos pela busca /indicação da PEP sexual são atravessados por distintas lógicas de risco, segundo “usuários” e “profissionais” de saúde, por padrões morais discriminatórios, por um modelo de atenção médico centrado e prescritivo. Também indicaram ausência de uma gestão democrática na organização dos processos de trabalho para incorporação da nova tecnologia na rotina do serviço, e falta de espaços de integração e capacitação dos trabalhadores no desenvolvimento desta estratégia. Estes fatores configuram a forma de atenção predominante no serviço. Ocorreram também, ainda que em menor frequência, situações em que a racionalidade da práxis predominou sobre a racionalidade tecnológica, e o atendimento às demandas de PEP sexual se transformou em cuidado integral. O estudo nos forneceu elementos para a reflexão crítica sobre o que pode nos afastar e nos aproximar do “sucesso prático” (Ayres, 2009) da PEP sexual na prevenção do HIV