Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Martins, Rodrigo Cesar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18082009-104632/
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Resumo: |
A adição a drogas psicoativas é um fenômeno que atinge todas as sociedades, causando sérios danos nos mais diversos contextos sociais. Avanços significativos no conhecimento sobre aspectos psicofarmacológicos e epidemiológicos da drogadição na atualidade, contudo, investigações relativas ao dinamismo psíquico dos usuários de drogas não se apresentam na mesma proporção. Mediante a gravidade e complexidade desta problemática, faz-se importante reunir indícios técnicos referentes à psicodinâmica destes indivíduos drogaditos, no intuito de compreender melhor o fenômeno. Diante destas considerações, objetivou-se avaliar as características psicológicas de usuários de drogas focalizando-se sua história de vida, desenvolvimento neuropsicomotor e dinâmica da personalidade. Foram avaliados 20 homens de 18 a 35 anos, sendo 10 usuários de drogas psicoativas (G1) há pelo menos um ano, que se encontravam em fase de busca de tratamento, recém ingressos em contextos de internação institucional, e outros 10 indivíduos não usuários de drogas (G2) que fizeram parte do grupo controle. Como recursos técnicos para a avaliação psicológica foram utilizados a entrevista semi-dirigida, o teste INV- forma C, as Figuras Complexas de Rey e o Psicodiagnóstico de Rorschach. A aplicação dos métodos avaliativos foi feita em duas sessões, realizadas na própria instituição ou no consultório particular do pesquisador. O INV indicou normalidade intelectual em todos os participantes. As Figuras de Rey evidenciaram normalidade neuropsicomotora, porém com déficit de desempenho de G1 em relação a G2, em virtude da tensão e impulsividade deste grupo na realização da tarefa. Verbalizaram vivências de intenso sentimento de desespero e de perda total do controle da vida, gerando grande inquietação e ansiedade. O Rorschach evidenciou uso maciço da racionalidade e controle da afetividade em G1 e G2; semelhanças na sensibilidade afetiva (fórmulas vivenciais) e controle ineficaz do afeto em G1, associado à imaturidade afetiva e dificuldades na adaptação social em G1 (aumento do H%). A vivência do sentimento de angústia e de impotência perante a dramaticidade do contexto familiar foi mencionada como principal causadora da drogadição. Angústia, morte e acidentes traumáticos associados ao contexto familiar foram temas recorrentes na história de vida do G1. A maioria destes indivíduos relatou enfrentamento de situações dramáticas durante o desenvolvimento infantil e que o correspondente sentimento de impotência perante o fato foi proeminente para o ingresso na drogadição. A problemática familiar evidenciou-se nas percepções do contexto hostil e violento da relação com a figura paterna: falta de entendimento com o pai; ausência, mágoa ou violência associados à figura paterna. A análise simbólica da prancha IV do Rorschach, também evidenciou, freqüentemente, sensação disfórica e ameaçadora, diante da figura masculina percebida sob a forma de figuras fantásticas ou pára-humanas. No entanto, os usuários de drogas apresentaram bom potencial intelectivo, parcialmente aproveitado, acompanhado por ansiedade e tensão constante. |