Caracterização da personalidade de pacientes com Transtorno de Pânico por meio do Método de Rorschach: contribuições do sistema compreensivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Castro, Paulo Francisco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-28012009-094602/
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo caracterizar os elementos de personalidade de pacientes com transtorno de pânico a partir dos dados obtidos pelo Método de Rorschach, segundo o sistema compreensivo. Em linhas gerais, o transtorno de pânico pode ser caracterizado pela vivência recorrente de ataques de pânico, em virtude de crises agudas de ansiedade, onde o indivíduo passa por um mal-estar intenso e uma sensação iminente de perigo e ou morte. Participaram do estudo 60 colaboradores divididos igualmente em quatro grupos: pacientes com pânico do sexo feminino, pacientes com pânico do sexo masculino, não pacientes do sexo feminino e não pacientes do sexo masculino. Os participantes do grupo de não pacientes foram avaliados pelo Questionário de Saúde Geral para verificação de seu estado geral de saúde mental e todos os colaboradores submeteram-se ao Método de Rorschach, conforme as especificações técnicas do sistema compreensivo. As respostas foram codificadas por juízes independentes e os índices obtidos foram submetidos à análise estatística por meio do teste de Kruskal-Wallis e do teste post-hoc de Dunn, comparando-se os quatro grupos. Os resultados com diferença estatisticamente significativa apresentados para os colaboradores com transtorno de pânico foram os seguintes: presença do Índice de Depressão (p = 0,009), indicando depressão e sintomas depressivos ou algum tipo de transtorno afetivo; rebaixamento do Índice Lambda (p = 0,008), demonstrando dificuldade na discriminação entre informações importantes e irrelevantes; predomínio de cor acromática e sombreados na Experiência de Base (p = 0,010), caracterizando dor e sofrimento psíquicos em demasia, além de aumento da tensão interna; elevação da Estimulação Sentida (p 0,001), indicando uma vivência de extrema irritação, desconforto e incômodo internos; rebaixamento da Nota D (p 0,001), que revela grande vivência de estresse, associado à falta de recursos internos para enfrentá-lo; elevação das determinantes de sombreado com característica de difusão (p 0,001), que indica extremo desconforto emocional, sofrimento interno e desamparo emocional; elevação de determinantes mistos de cor e sombreado (p = 0,004), que propõe vivências afetivas carregadas de ambivalência e sofrimento e perturbação afetiva; predomínio das respostas empobrecidas de conteúdo humano (p = 0,011), que demonstra dificuldade de adaptação nas relações sociais; rebaixamento das respostas de movimento cooperativo (p = 0,006), revelando dificuldade em estabelecer vínculos positivos e construtivos com outros indivíduos. Em síntese, os aspectos de personalidade observados nos colaboradores com pânico mostram tratar-se de indivíduos que internamente apresentam grande sofrimento psicológico, tensão interna e dificuldades afetivas; não possuem recursos de enfrentamento das situações estressantes e ansiógenas, levando-os a dificuldade de relacionamento adequado. Os quadros de pânico são decorrentes dessa estrutura frágil e comprometida. Embora os dados sejam conclusivos, existe a necessidade de constantes investigações para a melhor compreensão desse quadro psicopatológico que tanto causa sofrimento em seus portadores.