Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Eboli, Nicole Medeiros Guimarães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18092017-092842/
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Resumo: |
Os processos judiciais de adoção são pautados por muitas expectativas e dificuldades técnicas, envolvendo complexos fatores. O presente trabalho objetivou contribuir com a área por meio do estudo de características de personalidade de mulheres inférteis que buscam a adoção de crianças como forma de vivenciar a maternidade. Em complemento, objetivou-se examinar indicadores psicométricos (precisão e validade) acerca do Questionário Desiderativo enquanto método projetivo de avaliação da personalidade. O delineamento do estudo foi transversal, descritivo-comparativo de grupos e correlacional, a partir de instrumentos de avaliação psicológica. Foram avaliadas 60 mulheres voluntárias (30 a 50 anos), em união conjugal, com escolaridade média ou superior. Destas, 40 não tinham filhos biológicos, sendo 20 pretendentes à adoção (Grupo 1=G1) e 20 mães adotivas (Grupo 2=G2). As 20 restantes eram mães biológicas, constituindo grupo de comparação (Grupo 3=G3). Responderam, individualmente, a uma bateria de instrumentos psicológicos, incluindo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), Bateria Fatorial de Personalidade (BFP), Questionário Desiderativo (QD) e Psicodiagnóstico de Rorschach (escola francesa), aplicados e avaliados conforme diretrizes técnicas de seus respectivos manuais. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial, comparando-se resultados médios ou frequências das variáveis nos grupos (ANOVA e Kruskall-Wallis, com post-hoc de Bonferroni ou teste Qui-quadrado), além da análise de associação entre variáveis e avaliação de concordância entre examinadores (Kappa e correlação de Spearman), considerando-se p0,05. Os achados apontaram elevados índices de precisão no Rorschach e no Desiderativo, com altos índices de concordância entre examinadores independentes, conferindo-lhes confiabilidade. A comparação de resultados médios entre os grupos apontou reduzido número de diferenças estatisticamente significativas, sugerindo homogeneidade nas características de personalidade das mulheres avaliadas, bem como ausência de indicadores psicopatológicos (SRQ-20). O padrão geral de respostas aos instrumentos mostrou-se compatível com referenciais normativos dos instrumentos utilizados, independente da diferenciada experiência das mulheres em termos de maternidade. Dentre os fatores de personalidade avaliados pela BFP, houve diferença estatisticamente significativa em apenas uma de suas facetas: Liberalismo (maior em G3). No Rorschach houve indicadores de preservado funcionamento lógico e afetivo, com raros marcadores específicos entre os grupos. No tocante ao Desiderativo foi possível aprimorar seu sistema avaliativo, com positivos indicadores de precisão e de validade, como inicialmente proposto. Os resultados enriqueceram-se a partir das análises correlacionais entre os três instrumentos avaliativos, identificando-se importantes e variadas correlações entre variáveis do Desiderativo e Rorschach, bem como entre Desiderativo e BFP, evidenciando indicadores de validade entre construtos relacionados, fortalecendo possibilidades avaliativas de características de personalidade a partir desta bateria técnica, integrando métodos projetivos e de autorrelato. Houve diferentes resultados de variáveis com correlação estatisticamente significativa em cada grupo de participantes, sugerindo que a combinação entre os instrumentos pôde detectar especificidades no funcionamento psicodinâmico destas participantes, a depender de suas condições frente à maternidade, não reveladas pela análise isolada das variáveis. Os resultados ilustram a relevância de se considerar componentes da personalidade em processos de avaliação psicológica forense voltados à adoção, visto que variáveis relacionadas às vivências psíquicas da infertilidade (ou não) podem interferir em seus resultados. Por fim, o trabalho aponta para as possibilidades informativas dos instrumentos padronizados de avaliação psicológica, sobretudo de sua utilização conjunta e complementar neste contexto da prática profissional do psicólogo. |