Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Galvão, Nina Fernandes Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-17112020-131903/
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Resumo: |
A questão palestina é um impasse político contemporâneo que costuma ser abordado a partir de análises que privilegiam discussões acerca da situação econômica e geopolítica da região. No entanto, configura também um campo de memórias em disputa no qual o sentido atribuído ao passado se converte em um problema político de primeira grandeza. A memória da Nakba, a expulsão de cerca de 800 mil habitantes da Palestina histórica entre 1947 e 1948, culminando na fundação do Estado de Israel, é objeto de ferrenhas disputas. Por um lado, o Estado põe em vigor políticas de (des)memória que excluem a existência palestina da memória nacional. Por outro, iniciativas lideradas por palestinos cidadãos do Estado, bem como por grupos judeus, buscam reconstruir a memória da Nakba no espaço público israelense e combater o esquecimento programado. A partir do movimento liderado por jovens de Iqrit - vilarejo palestino destruído em 1951 - explora-se a conexão entre o ativismo mnemônico em Israel e a luta palestina por direitos políticos. A Nakba, compreendida como o ponto focal da memória e da identidade nacional palestinas, é também o fundamento de reivindicações políticas centrais como o direito de retorno dos refugiados, deslocados internos e seus descendentes. Parte-se do arcabouço conceitual de Hannah Arendt, o qual estabelece a pluralidade constitutiva do mundo como o fundamento para a existência verdadeiramente política, e depreende-se que a abertura do espaço público-político para a circulação de múltiplas e diversas memórias é condição sine qua non para a construção de um mundo comum. É essa abertura, na qual se engajam os ativistas de Iqrit, que atribui à memória da Nakba em Israel seu sentido eminentemente político, bem como seu significado enquanto elemento simbólico de resistência. |