Trajetórias migratórias e construções identitárias de palestinos em Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Soares, Gabriel Mathias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-11062013-095527/
Resumo: A trajetória dos imigrantes palestinos em Santa Catarina esteve marcada por redes sociais de solidariedade étnica e familiar. Dessa forma, em todo seu percurso, as questões identitárias estiveram fortemente presentes nessa imigração caracteristicamente autônoma, sem qualquer auxílio estatal, e urbana. Os vínculos familiares, étnicos e religiosos, forneceram os alicerces para inserção econômica e social, assim como para comunidades locais e associações entre imigrantes. Intimamente associada a este processo, a Questão Palestina se fez presente durante toda trajetória desses palestinos tanto como indivíduos, como parte de uma coletividade ligada a essa questão. Fortemente marcada na memória individual e coletiva, está a expropriação e/ou a ocupação da terra habitada por eles e/ou por seus familiares mais próximos, que os afeta de diversas maneiras (social, cultural, politica e economicamente), particularmente no que se refere às causas da emigração. Associável sempre a todos, entretanto, está o pertencimento a uma coletividade cuja identidade está em questão em muitos lugares do mundo. A busca pela emancipação de seu torrão natal torna-se assim um dos elementos fundamentais de sua identidade, que por sua vez se torna uma ferramenta indispensável para manutenção do direito de retorno daqueles que foram expulsos e de seus descendentes, como também contra a expulsão daqueles que lá permanecem. A inserção numa cultura diferente, bem como em outra realidade socio-política, trouxe mudanças e dilemas em relação aos hábitos e a própria autodefinição. Diante dessa realidade, a etnicidade foi mantida através do vínculo com a causa palestina, a família, a religião e a comunidade de imigrantes. Entretanto, o apego aos costumes e as tradições entre os palestinos em Santa Catarina não os fez menos brasileiros em sua visão, pois ao mesmo tempo incorporaram a nacionalidade brasileira a sua própria maneira.