Variação intra e interespecífica na escolha de microambientes e sua relevância para a manutenção do balanço hídrico em anuros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Maia, Maya Romano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-29092014-115124/
Resumo: Desde o início a ecofisiologia tenta entender como o comportamento dos animais tampona os desafios ambientais. Anfíbios perdem água através da pele em taxas elevadas e assumem riscos quando buscam por água. Testamos se cinco espécies de anfíbios arborícolas diferem em na adoção de estratégias na busca de água e se diferenças interespecíficas na fisiologia e no comportamento se correlacionam com distribuição temporal e escolha microhabitat na atividade reprodutiva. Estratégias de busca de água foram classificadas como direta ou energética errática de acordo com a atividade de busca de água dos indivíduos em um labirinto. Foram registradas, também, a atividade reprodutiva dos machos durante um ano e sua associação com condições microambientais e de distribuição temporal relacionadas com a disponibilidade de água em um mesmo charco. Observamos grandes diferenças interespecíficas na atividade de busca de água. As espécies do gênero Hypsiboas demonstraram uma clara tendência para a estratégia direta, levando mais tempo para encontrar a fonte de água, em contraposição foram mais precisas. A estratégia das espécies do gênero Scinax foi classificada como energética errática, pois costumavam encontrar a fonte de água mais rápido por meio de uma busca ativa e errática. A espécie Hypsiboas bandeirantes, no entanto, tem um comportamento generalista, exibindo ambas as estratégias. A análise discriminante indicou que a estratégia tinha maior poder discriminativo quando associado à distribuição temporal da atividade reprodutiva (96.24% de classificação correta, 100% de confiabilidade na validação cruzada), sendo que espécies tímidas são mais dependentes da temporada de chuva. Dentro de variáveis de microhábitat, a estratégia energética errática poderia ser diferenciadas por ocupar microhabitats com maior umidade relativa. Estes resultados sugerem que, embora as espécies de estratégia direta concentrem sua atividade no pico da estação chuvosa, elas são independentes das condições do microambiente. Por outro lado, espécies energéticas erráticas se reproduzem quando a umidade relativa é muito alta, independente da temporada. A variação interespecífica na variável fisiológica de resistência da pele à perda de água (RPA) também pode ser discriminada com base na distribuição temporal (89.4% de classificação correta, 94.5% de confiabilidade na validação cruzada). Os valores mais baixos de RPA (H. albopunctatus < S. crospedospilus < S. hayii) são diretamente proporcionais à dependência a estação chuvosa e parece refletir tanto a adaptação à disponibilidade de água no ambiente quanto a herança filogenética, particularmente em espécies caracterizadas por baixo RPAE que tende a vocalizar em períodos de alta disponibilidade de água. Testes em mais espécies serão necessários para confirmar esses padrões