A educação e a desigualdade da renda do trabalho: um enfoque sociológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Barbosa, Rogério Jerônimo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-01082019-140507/
Resumo: O objetivo desta tese é questionar a interpretação da relação entre educação e renda do trabalho como sendo fundamentalmente aquela entre investimento e retorno. Argumenta-se que a renda pode ser enquadrada numa abordagem sociológica relacional e mostra-se de que modo as desigualdades de renda se configuram como um tipo específico e irredutível de desigualdade social. Restringindo o foco às desigualdades da renda auferida na esfera do trabalho, procura-se compreender como a educação veio a se tornar o principal componente explicativo em grande parte das perspectivas contemporâneas. A narrativa atualmente mais importante associa os seus efeitos a retornos de investimentos produtivos e lê o movimento dos indicadores empíricos como expressão de sua variação. Argumenta-se que essa leitura não é necessária, do ponto de vista lógico, nem tem consistência teórica ou empírica. Ainda assim, há grande insistência em compreender a educação como investimento será preciso compreender as bases desse fenômeno. Veremos que esse modo de associar educação e renda resolveria, do ponto de vista da teoria econômica, certos enigmas sobre o crescimento da produtividade agregada; além disso, configurou-se como importante explicação não apenas analítica, mas também moral sobre a origem da desigualdade entre indivíduos, descartando perspectivas inatistas e racistas. Argumenta-se que não é necessário compreender a educação como investimento que traz benefícios pessoais para se valer dos ganhos analíticos trazidos por essas soluções. Além disso, mostra-se que os métodos de cálculo dos retornos mantêm ligação frouxa com a perspectiva dos investimentos e poderiam facilmente ser compatíveis com quaisquer processos de vantagens cumulativas ao longo do tempo. Por fim, arriscam-se, por meio de um ensaio, os primeiros passos para uma compreensão sociológica e histórica da relação entre renda do trabalho e educação a partir da perspectiva dos fechamentos e das prerrogativas sociais exclusivas.