Os retornos do ensino superior seletivo: evidências dos admitidos na Universidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Leite, Gabriel Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-08102018-155144/
Resumo: O retorno do ensino superior tem sido objeto de estudo na literatura econômica por décadas, mas pouca evidência foi documentada sobre o prêmio salarial de frequentar as universidades mais seletivas no mercado de trabalho. Especialmente no Brasil, país no qual o ensino superior é visto como o fator primordial para a ascensão social, torna-se cada vez mais relevante compreender o papel do diploma de elite nos rendimentos futuros. Neste trabalho, estima-se o prêmio salarial de frequentar a Universidade de São Paulo (USP), uma das universidades mais importantes e seletivas do país, aproveitando-se dos grupos dos aprovados e não aprovados ao redor da nota final de corte. Como estratégia empírica, utiliza-se a abordagem de regressões descontínuas (fuzzy RD) para solucionar possíveis problemas de seleção frequentemente discutidos na literatura. Na amostra de indivíduos empregados no setor formal, não se observa retorno salarial significativo de frequentar a USP. No entanto, o contrafactual é amplo e possivelmente inclui cursos superiores qualificados, como os oferecidos por outras instituições públicas. Isso, aliado à localidade da estimação, pode subestimar o efeito agregado. Ao investigar as maiores carreiras do vestibular, poucas apresentam retorno diferente de zero nas medidas salariais (rendimento médio anual e salário médio de dezembro). Contudo, não é possível excluir que diferenças salariais possam existir em regimes de trabalho mais flexíveis, como nas profissões liberais, ou que o mercado assalariado não distingua instituições de nível superior, uma vez que apenas salários formais são considerados na estimação. Por grupo socioeconômico, candidatos que fizeram ensino médio e fundamental estritamente em escola pública apresentam retornos positivos de frequentar a USP. Não foram encontradas diferenças de retorno salarial entre homens e mulheres nem entre PPI (pretos, pardos ou indígenas) e brancos. Por fim, também não são documentados efeitos sobre tempo de emprego formal e número de vínculos empregatícios. Os resultados encontrados incitam uma série de discussões sobre políticas educacionais, especialmente aquelas relacionadas à expansão de vagas no ensino superior.