Qualidade da informação contábil em ambientes competitivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Almeida, José Elias Feres de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-29112010-182706/
Resumo: Esta tese investiga a influência do ambiente competitivo, medido pelo grau de competição, na qualidade das demonstrações contábeis. Para medir a qualidade dos números contábeis divulgados, foram utilizadas quatro métricas distintas que capturam diferentes propriedades da informação contábil: relevância, tempestividade, conservadorismo e gerenciamento de resultados. Estudos que investigaram a qualidade da informação contábil identificaram que firmas com mecanismos mais rígidos de governança corporativa divulgam números contábeis com qualidade superior e que a contabilidade pode exercer função contratual (LOPES, 2009). Por outro lado, a competição no mercado exerce efeito disciplinador na discricionariedade dos executivos (FAMA, 1980) e firmas com melhor desempenho e menores custos de agência teriam preço das ações mais altos (MANNE, 1965). Dessa maneira, a competição no mercado poderia ser um canal de influência na qualidade da informação contábil. Ainda incipiente na literatura, pesquisadores identificaram a influência da competição em duas das propriedades contábeis aqui analisadas: gerenciamento de resultados (MARCIUKAITYTE; PARK, 2009; TINAIKAR; XUE, 2009) e conservadorismo (DHALIWAL et al, 2008). Considerando-se que a competição no mercado pode melhorar a qualidade da informação contábil divulgada, com base nos fundamentos da Organização Industrial e na perspectiva de Stiglitz e Nalebuff (1983) sobre avaliação comparativa, o grau de competição de uma indústria aumentaria o fluxo de informações sobre as firmas e facilitaria a comparação entre seus pares, disciplinando as escolhas contábeis dos executivos. Para a execução deste estudo, utilizou-se uma amostra com base nos dados das companhias abertas listadas na BM&FBOVESPA, no período de 1996 a 2006, para construir as variáveis dos modelos de relevância, tempestividade, conservadorismo e gerenciamento de resultados, além das demais variáveis consideradas nos modelos (governança corporativa, ADR, tamanho, oportunidades de crescimento, endividamento e o índice de Herfindahl que mede o grau de competição). Como a estrutura dos dados (painel não balanceado) e da variável de interesse, a competição, capturam fatores das indústrias (setoriais), foram utilizadas regressões com erros-padrão robustos clusterizados nas indústrias. Os resultados obtidos, em geral, indicam que firmas em ambientes com alta competição não aumentam a relevância dos números contábeis; por outro lado, aumentam a tempestividade das informações contábeis, aumentam o grau de conservadorismo, mas não reduzem as práticas de gerenciamento de resultados. Por outro lado, observou-se que a interação do ambiente de alta competitividade em que as firmas estão inseridas com a adoção de práticas diferenciadas de governança corporativa, produzem efeitos sobre a discricionariedade contábil proporcionando incentivos (ou disciplinando as escolhas contábeis) para que as firmas divulguem números contábeis de qualidade superior.