Influência do gênero no limiar de dor em idosos segundo presença de dor crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gouvêa, Áquila Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5176/tde-21072021-120729/
Resumo: Introdução: Estima-se que em 2025 haverá cerca de 1,2 bilhão de pessoas acima de 60 anos de idade. Pesquisas sobre a relação entre dor e envelhecimento são atualmente muito valorizadas dentro das ciências da saúde, sendo o objetivo final, a provisão do controle adequado da dor na população idosa da sociedade. Objetivos: comparar o limiar de dor frente ao estímulo mecânico por pressão em idosos, de acordo com gênero e presença ou ausência de dor crônica, identificar a prevalência de dor crônica em idosos de ambos os gêneros, avaliar a dor crônica nos idosos de acordo com o gênero e a relação entre dor crônica e ansiedade, depressão, qualidade de vida e capacidade funcional nos idosos. Métodos: estudo observacional transversal realizado com amostra de conveniência de idosos acompanhados em dois serviços de geriatria: Centro de Saúde Escola Geraldo Horácio de Paula Souza e no Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Os participantes responderam a questionários de Mini Exame Estado Mental, características sociodemográficas, clínicas e de classificação econômica. Foi avaliado o limiar de dor por pressão (LDP) induzido por algômetro sobre o músculo trapézio e responderam aos instrumentos: Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Depressão Geriátrica (GDS), World Health Organization Quality of Life - OLD (WHOQOL-OLD), Formulário das atividades de vida diária (AVD) e Instrumentais da vida diária (AIVD); para os participantes que relataram dor crônica, o questionário Geriatric Pain Measure (GPM) foi aplicado. Na análise estatística, variáveis categóricas foram comparadas utilizando testes exatos de Fisher; nas variáveis contínuas, teste tstudent, quando a normalidade estava presente ou testes não paramétricos de Mann-Whitney, quando ausente. Modelo de regressão linear para avaliação do LDP considerando interação entre gênero e dor crônica foi realizado. Resultados: A amostra foi constituída por 230 indivíduos idosos, com idade de 60 a 96 anos, sendo 67,8% mulheres e 32,2% homens. A prevalência de dor crônica encontrada foi de 47,8%, sendo 56,4% em mulheres e 29,7% em homens. O LDP foi significativamente menor nas mulheres (4,49 ± 1,78 kg) que nos homens (6,41 ± 1,92 kg). O LDP em idosos com dor crônica (4,58 ± 1,93kg) foi menor do que nos idosos sem dor crônica (5,58 ± 2,01kg). Houve associação significativa entre dor crônica e ansiedade (p<0,001); entre gênero feminino e ansiedade (p=0,009); entre dor crônica e depressão (p=0,004). Não houve associação entre gênero e depressão (p=0,066). Houve piora na qualidade de vida de idosos com dor crônica nos domínios Intimidade (p=0,015) e Morte ou Morrer ((p=0,026) e entre gênero feminino e qualidade de vida no domínio intimidade (p>0,001). Houve associação da dor crônica e do gênero feminino com pior continência urinária das AVD. Foi observada piora nas AIVD em portadores de dor crônica. Não houve diferença significativa entre os gêneros na avaliação da dor pela GPM (p=0,18). Conclusão: O limiar de dor por pressão foi menor em mulheres idosas e em portadores de dor crônica. A dor crônica foi mais prevalente nas mulheres. Idosos com dor crônica apresentaram mais sintomas de ansiedade, depressão, pior qualidade de vida, pior funcionalidade nas atividades instrumentais da vida diária do que não portadores de dor crônica. A avaliação da dor crônica foi semelhante entre os gêneros. Mulheres apresentaram mais sintomas de ansiedade, pior qualidade de vida e pior funcionalidade que homens.