Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Aparecida Pin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-08082017-122332/
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Resumo: |
A argumentação é um ato social imprescindível na vida de todo e qualquer sujeito, entretanto a escola delega o trabalho com argumentação aos anos escolares finais, como preparo para o vestibular. No entanto entendemos a argumentação como um espaço discursivo que os sujeitos têm o direito de ocupar desde a mais tenra idade. Diante disso, utilizando a Análise do Discurso pecheuxtiana como dispositivo teórico-analítico, este trabalho tem como objetivo analisar o discurso dos sujeitos-escolares, especificamente dos que frequentam os 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, sobre o fracasso escolar, com foco na argumentação, e como o direito (ou não) às práticas argumentativas está relacionado à assunção ou à ausência de autoria. Para isso, foi oferecida aos alunos uma coletânea de textos que abordava, sob diferentes pontos de vista, o tema fracasso escolar para, assim, promover uma discussão oral e propor que os alunos escrevessem textos argumentativos sobre o tema debatido. Serão analisados os discursos orais e escritos dos sujeitos-alunos e, para as análises, consideraremos os indícios de determinado funcionamento discursivo, os quais, para o analista do discurso, são constituídos pelas marcas linguísticas que cada sujeito deixa em seu dizer. Em nossas análises observamos que os sujeitos-alunos se posicionam e argumentam na oralidade, enquanto na escrita há a predominância da paráfrase. Isso ocorre devido a, provavelmente, uma prática escolar pautada pelo discurso autoritário. Além disso encontramos indícios do discurso dominante que culpabiliza o próprio aluno pelo sucesso/fracasso escolar. Tais sentidos sustentam-se em uma formação discursiva dominante sobre o fracasso escolar, que isenta a escola dessa responsabilidade e, pelo efeito da ideologia, naturaliza os sentidos de que os alunos não estudam; logo, não aprendem. A relação do sujeito com a linguagem não é transparente, mas está vinculada a aspectos sócio-históricos; é por meio da ideologia que se naturaliza o que é produzido historicamente e se leva o sujeito a pensar que o sentido só pode ser aquele e não outro. Por fim, com este estudo, buscamos construir espaços para o discurso polêmico em sala de aula a fim de promover a argumentação, bem como esperamos contribuir para a compreensão da argumentação como um direito que leva à autoria. |