Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Turci, Valéria Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-27072020-161423/
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Resumo: |
Ao nos atentarmos para o fato de que os gêneros digitais ganham gradativamente mais destaque na comunicação e muitos adolescentes acessam canais de video no Youtube para visualizar resenhas de Booktubers sobre livros, propusemo-nos a inserir no contexto escolar essa nova prática de letramento, com o objetivo de investigar se as formulações produzidas pelos sujeitos-alunos ao recontar e indicar (ou não) a leitura de obras literárias, realizadas em sala de aula e para além dela, indiciam marcas de argumentação e autoria. Partindo desses pressupostos e considerando que as novas tecnologias, principalmente a internet, têm produzido mudanças na sociedade contemporânea e, portanto, na constituição dos sujeitos-alunos, decidimos investigar se o espaço virtual é um meio facilitador para o desenvolvimento da argumentação e se o discurso realizado nesse espaço virtual indicia marcas de autoria. Para estabelecermos um parâmetro com essa proposta, realizamos também debates orais em sala de aula a partir de pontos polêmicos do livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, e a produção de vídeos a partir de temas relacionados ao papel da mulher na sociedade contemporânea. Para o desenvolvimento desta pesquisa, recorremos aos pressupostos teóricos da Analise de Discurso de \"linha\" francesa, cujo principal expoente é Michel Pêcheux. Nosso corpus está composto por transcrições dos debates orais realizados em sala de aula, pelos vídeos, constituídos por resenhas literárias elaboradas pelos alunos e publicados no canal Literatuber, criado para este fim, e por vídeos-minuto, elaborados a partir das discussões sobre o tema mulher e sociedade. A pesquisa foi realizada em três salas do 9o ano do ensino fundamental de uma escola pública de Ribeirão Preto/SP, no decorrer do ano letivo de 2018. Os resultados de nossas análises demonstram que o discurso dos sujeitos-alunos aponta marcas de autoria e argumentação quando as condições de produção para leitura e interpretação sustentam-se na autorização para a disputa dos sentidos, não desprezam a opacidade da linguagem; tampouco que assumir uma posição ou outra, no discurso, não é um ato neutro, seja qual for o espaço discursivo. Portanto, não é o espaço material que determina a prática da argumentação e autoria, mas sim o modo como sujeitos e sentidos se constituem. |