Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Ana Rubia da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-16112021-122951/
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Resumo: |
Ao promover atividade em sala de aula onde o discurso autoritário (ORLANDI, 2015) predomina, os sentidos são regulados, e, observamos que práticas pedagógicas embasadas nessa tipologia discursiva podem interditar os sujeitos-alunos a determinadas formações discursivas. Essas constatações iniciais suscitaram a necessidade de investigarmos, numa perspectiva científica, como ocorre a prática da argumentação oral na Educação Infantil. Para isso, partimos de um conto de literatura infantil, João e Maria (Ciranda Cultural), com o pressuposto de que a literatura pode contribuir para ser possível construir uma interlocução que coloque em funcionamento a argumentação. Este trabalho, que tem como fundamentação teórica a Análise do Discurso pecheuxtiana, trata-se de um estudo de natureza qualitativa, cujos objetivos são: i. analisar o material didático usado na Educação Infantil; ii. analisar discursos produzidos, oralmente, por sujeitos que frequentam a 1ª etapa (tal como nomeada pelo município ao qual foi realizado a pesquisa) da Educação Infantil, com idade de cinco anos, de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), do interior do estado de São Paulo. Os discursos que constituem nosso corpus foram produzidos pelos sujeitos-alunos, a partir da leitura e interpretação do conto clássico, sustentadas no funcionamento do discurso polêmico (ORLANDI, 2015). Esta pesquisa defende que a literatura deve estar em sala de aula como um direito e um modo de humanização, tal como nos sugere Cândido (1989). De acordo com os postulados da Análise de Discurso de linha Francesa, fundada por Michel Pêcheux, na década de 60 no século XX, consideramos que a história e a ideologia afetam a língua e intervêm na construção dos sentidos, que não são únicos, pois existe uma multiplicidade de sentidos e cada sujeito é afetado de uma maneira ao produzir seu dizer. Por meio do paradigma indiciário de Ginzburg (1989), procuramos indícios para compreender os sentidos discursivizados pelos sujeitos-alunos sobre o conto João e Maria. Os resultados nos mostram que os sujeitos-alunos reproduziram a formação discursiva sobre saúde bucal, que circulou como dominante em um projeto feito pela escola, na época da nossa coleta de dados. Desse modo, a argumentação não abriu espaço para a disputa dos sentidos. Por isso, defendemos que a escola deve propiciar um espaço discursivo para os sujeitos-alunos, a partir de atividades escolares que considerem o interdiscurso e o arquivo, a fim de que eles possam interpretar o mundo a sua volta, pois os sentidos sempre poderão vir a ser outros, dependendo da relação dos sujeitos com as formações discursivas. |