Trocas gasosas e relações hídricas de laranjeira ‘Valência’ enxertada sobre quatro porta-enxertos e submetida à deficiência hídrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Medina, Camilo Lazaro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-20191218-110515/
Resumo: O presente trabalho foi conduzido em 1996 no Centro Experimental de Campinas do Instituto Agronômico. Dois experimentos foram realizados para observação da influência de porta-enxertos e da deficiência hídrica nas trocas e relações hídricas de laranjeira 'Valência', com 18 meses de idade colocadas em vasos. No primeiro experimento as medidas foram feitas no decorrer do dia em casa de vegetação em quatro porta-enxertos: citrange 'Troyer', tangerina 'Cleópatra', limoeiro 'Cravo' e Poncirus trifoliata. No segundo experimento, as medidas foram feitas sob condições controladas em plantas enxertadas em limoeiro 'Cravo' e Poncirus trifoliata. A deficiência hídrica foi imposta pela suspensão de irrigação dos vasos até que a taxa de assimilação de CO2 atingisse valores aproximadamente nulos durante todo o dia. Em seguida as plantas foram reidratadas e as mesmas medidas foram feitas no período de recuperação. Avaliou-se também a condutividade hidráulica das raízes dos porta-enxertos utilizados. No primeiro experimento em casa de vegetação, no tratamento sem deficiência hídrica, a taxa diária de assimilação de CO2(A) foi menor nas plantas sobre os porta-enxertos 'Troyer' e 'Cleópatra', quando comparadas às plantas sobre limoeiro 'Cravo' que não diferenciaram-se do Trifoliata. Durante o dia, as maiores taxas de A, com 8 μmol.m-2.s-1,foram observadas por volta das 11 horas, seguida por uma diminuição devido ao aumento do déficit de pressão de vapor e da temperatura ambiente, nos horários entre 11:00 e 14:00 horas. Após a suspensão da irrigação, a queda do teor de umidade do substrato e do potencial da água na folha (Ψ1) foram semelhantes em todas as plantas, independente dos porta-enxertos utilizados. Porém nas plantas sobre 'Cravo', durante a suspensão da irrigação, A decaiu mais rapidamente, e após a reidratação, recuperou-se mais vagarosamente. As plantas sobre 'Cravo' apresentaram, durante todo o período de deficiência hídrica, menor A que as plantas sobre Trifoliata e 'Cleópatra' e semelhante ao 'Troyer'. As plantas sobre Trifoliata recuperaram-se totalmente neste período de observação. A condutividade hidráulica foi superior para o limoeiro 'Cravo' e semelhantes entre os demais porta-enxertos e pode ter contribuído para uma maior assimilação de CO2na ausência de deficiência hídrica. No segundo experimento, sob condições controladas não houve decréscimo na assimilação de CO2(A), transpiração (E), condutância estomática (g), eficiência no uso da água (WUE), no potencial da água na folha (Ψ1) e no conteúdo relativo de água (RWC), quando o potencial da água no substrato (Ψs) esteve acima de -0,04 MPa, mostrando valores semelhantes nos tratamentos 'Cravo' e Trifoliata. Porém após o Ψs ter caído abaixo de -0,05 MPa, as plantas sobre os dois porta-enxertos apresentaram respostas diferentes. As plantas sobre 'Cravo' iniciaram queda em A,WUE, Ψs um dia antes que as plantas sobre Trifoliata demoraram 2 dias mais para recuperarem-se. Quando Ψs = -0,13 MPa, A atingiu 4,1 μmol.m-2.s-1 para o tratamento Trifoliata e 1,8 μmol.m-2.s-1 para o 'Cravo'. Os valores mínimos de A foram atingidos quando Ψs = -0,23 MPa, sendo de 1,0 μmol.m-2.s-1 para o 'Cravo'e 2,0 μmol.m-2.s-1 para o Trifoliata. A manutenção de maiores valores de A, g, WUE, e Ψ1, em condições de limitação ao desenvolvimento do sistema radicular, sugeriram uma maior tolerância à deficiência hídrica de laranjeira 'Valência' enxertada sobre Trifoliata que sobre 'Cravo'