Contribuição ao conhecimento do balanço hídrico da laranjeira Valência [Citrus sinensis (L.) Osbeck] sobre três diferentes porta-enxêrtos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1969
Autor(a) principal: Velarde Toledo, Luis Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20240301-154006/
Resumo: O presente trabalho foi realizado na Estação Experimental de Limeira, em Cordeirópolis, do Instituto Agronômico de Campinas, de Setembro de 1968 a Maio de 1969, acompanhando-se, uma vez por semana, a transpiração das plantas, no período das 8 às 16 horas. O objetivo desta investigação foi estudar comparativamente, o balanço hídrico de plantas cítricas e procurar uma possível causa da baixa resistência à sêca, da Laranja Caipira, e da influência da variedade enxertada sôbre ela. A bibliografia consultada refere-se a pesquisas de economia de água de diversas plantas cultivadas, sendo incrivelmente reduzido o número de trabalhos sôbre citrus, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Para a realização do experimento, escolheram-se os enxêrtos Laranja Valência (Citrus sinensis [L.] Osbeck) sôbre Limão Cravo (Citrus limonia [L.] Osbeck), Laranja Valência sôbre Laranja Caipira (Citrus sinensis [L.] Osbeck) e Laranja Valência sôbre Poncirus trifoliata (L.) Raf. e os tipos de pés francos Limão Cravo, Laranja Caipira e Poncirus trifoliata, designados por MOREIRA (48) como resistente, suscetível e intermediário respectivamente a condições precárias de sêca. Na presente investigação, procurou-se obter informações sôbre o andamento da transpiração, déficits de saturação das fôlhas, movimento hidroativo dos estômatos e transpiração cuticular, das plantas cítricas mencionadas, durante as épocas chuvosa e sêca. Os valores de transpiração foram determinados pelo método das pesagens rápidas, com o auxílio de uma balança de torsão (Jung, Heidelberg, Alemanha) e os déficits de saturação adotando o critério proposto por STOCKER (69). Observações sôbre o andamento diário da temperatura, umidade relativa, tensão de vapor, evaporação e luminosidade foram efetuadas, simultaneamente, das épocas estudadas, especialmente naquêles que o andamento diário da transpiração era investigado. Foram construídas curvas comparativas de andamento diário da transpiração, déficits de saturação, movimento hidroativo dos estômatos e dos fatôres climáticos. A análise estatística foi realizada, tomando três determinações para cada tratamento e para cada faixa de tempo, portanto, 27 determinações para cada tratamento e para cada época do ano. Utilizaram-se os métodos de análise da variância e um estudo de graus de liberdade individuais, com a finalidade de facilitar as devidas interpretações. Para a comparação de médias, foi empregado o teste de Duncan. Na análise da variância, tomaram-se as médias das três repetições, em cada hora, e para cada tratamento. Os resultados da pesquisa mostraram que: a - A Laranja Valência sôbre Laranja Caipira não restringiu, estatisticamente sua transpiração, durante a época sêca, isto é, em condições precárias de suprimento de água as fôlhas, enquanto que, sôbre Limão Cravo e Poncirus trifoliata, ela apresentou restrições. Isto sugere que a baixa resistência às condições de sêca, da Laranja Valência sôbre Laranja Caipira, seja devida, provavelmente, a sua incapacidade das restringir a transpiração. b - Nas condições de trabalho: houve restrição da perda de água, em algumas horas do dia, pela maioria das plantas cítricas, a excepção da Laranja Valência sôbre Laranja Caipira, que transpirou quase livremente, durante a época sêca. c - A luminosidade é responsável por algumas restrições de transpiração, quando os demais fatôres climáticos contribuíram para uma tendência de aumentar essa perda de água. Por isso é indispensável a determinação dos seus valôres de luminosidade, a par das determinações da transpiração. Em consequência, grande parte dos trabalhos anteriores, sôbre andamento diário da transpiração, em que não foram obtidos dados de luminosidade, deverão ser revistos, nêste aspecto. d - O coeficiente de variação, da análise estatística, que, segundo PIMENTEL GOMES (53), dá uma ideia da precisão do experimento, se encontra dentro dos limites para experimentos biológicos. Por conseguinte, o método das pesagens rápidas é de boa precisão, para pesquisas sôbre o andamento diário da transpiração, desde que as respectivas pesagens sejam feitas dentro de dois minutos após o corte das fôlhas.