Música Sacra, Discurso e Poder: Modelos Pré-Composicionais na Missa Luso-Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Christovam, Ozorio Bimbato Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-16052019-121239/
Resumo: Compositores do século XVIII aplicaram processos de cópia e manipulação de modelos précomposicionais com o intuito de efetivar o discurso musical no processo de comunicação musical. Dentre esses modelos disponíveis, retórica e partimento participavam como ferramentas fundamentais na estruturação e resolução discursiva da música. A tese aqui apresentada tem como objetivo demonstrar como, através desses modelos pré-composicionais, a música sacra reproduzia ou alterava relações de poder no espaço luso-brasileiro. A justificativa para essa perspectiva baseia-se nas observações feitas pela musicologia lusófona sobre os problemas decorrentes da acomodação do ideal iluminista em um ambiente marcadamente católico, caracterizado pelo Despotismo Esclarecido, e que resultou nos embates de poder entre as esferas públicas, Estado e Igreja. Neste sentido, a nomeação do mestre de capela era um fator decisivo para a formação de zonas de influência ideológica e manutenção das relações de poder, pois era este ator social que produzia o discurso musical sacro. A metodologia empregada foi fundamentada na aplicação da Análise Crítica do Discurso na música, expondo como a manipulação dos modelos pré-composicionais, observadas no nível do texto musical, se alinhava e representava estruturas sociais em um nível contextual. A análise do corpus musical centrou-se sobre a Missa a 8 Vozes e Instrumentos, Missa a Cinco Vozes e Missa em Dó de André da Silva Gomes, focalizando, especialmente, o Kyrie por ser a primeira parte do ordinário.