Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Leite, Márcia Marques |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-11112021-131439/
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Resumo: |
Introdução: A não realização de manobras de ressuscitação cardiopulmonar é complexa, desafiadora e de difícil abordagem da faixa etária pediátrica. A decisão deve considerar vários aspectos como ciência, tecnologia, respeito e ética além dos interesses da criança e da família de forma individualizada. Alguns autores consideraram ainda fatores históricos, culturais, religiosos e legais, além de defenderem a importância da participação dos cuidadores e de estabelecer relacionamento adequado entre famílias e profissionais, principalmente nesse momento de final de vida. Este estudo descreve a epidemiologia dos óbitos em um hospital pediátrico, compara a população dos óbitos de pacientes não submetidos à ressuscitação cardiopulmonar com os que foram e avalia as anotações médicas em prontuário em casos de não realização de ressuscitação cardiopulmonar. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, transversal em hospital pediátrico público terciário de análise dos óbitos ocorridos de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. A fonte de dados foi o registro institucional de parada cardiorrespiratória de acordo com estilo Utstein. A variável dependente foi a realização ou não de ressuscitação cardiopulmonar, a partir da qual os pacientes foram subdivididos em dois grupos. As anotações em prontuário do grupo não submetido à ressuscitação relacionadas ao evento de parada cardiorrespiratória e óbito foram revistas e agrupadas de acordo com gravidade dos pacientes e esgotamento de medidas terapêuticas. Resultados: Ocorreram 301 paradas cardiorrespiratórias, das quais 241 evoluíram para óbito, sendo 162 (67,2%) submetidos a ressuscitação cardiopulmonar e 79 (32,8%) não. A taxa de mortalidade no grupo de estudo foi 80% (241/301) e morte encefálica ocorreu em 15 (18,8%) dos 79 não submetidos à ressuscitação cardiopulmonar. A maioria dos pacientes (98,3%) era portadora de doença pré-existente e estava com intervenção prévia avançada (78%). Ocorreram na unidade de terapia intensiva 88% dos óbitos (212/241), sendo 85,2% (138/162) no grupo submetido à ressuscitação e 93,7% (74/79) no grupo não submetido (p = 0,018). Não foi observada diferença estatística significante quanto à idade, sexo, doenças pré-existentes e período do dia de ocorrência do óbito. Ritmo inicial em bradicardia foi associado com chance 5 vezes maior de realização de ressuscitação (OR 5,06; 95% IC 1,94 - 13,19), sendo 79/162 (48,8%) no grupo em que ela foi realizada e 25/79 (31,6%) no grupo em que ela não foi (p = 0,013). A avaliação das anotações nos 79 prontuários do grupo não submetido à ressuscitação cardiopulmonar revelou participação da família na tomada de decisão e adequação de esforço terapêutico conforme a complexidade do paciente. Foram encontradas discrepâncias entre a prática e o registro em 9 dos 79 prontuários no grupo não submetido à ressuscitação, isto é, as anotações sugeriam a realização de manobras de ressuscitação cardiopulmonar, apesar do registro identificar o contrário. Conclusão: A maioria dos pacientes que evoluíram para óbito foi submetida à ressuscitação cardiopulmonar e estavam na unidade de terapia intensiva. Bradicardia como ritmo inicial foi mais frequente no grupo que foi realizada ressuscitação. As anotações em prontuário refletiram a complexidade na decisão do final de vida e discrepâncias entre a prática médica e os registros médicos foram identificadas |