Registro brasileiro de ressuscitação cardiopulmonar intra-hospitalar: fatores prognósticos de sobrevivência pós-ressuscitação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Guimarães, Hélio Penna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-15092011-100600/
Resumo: Introdução: Apesar dos avanços e uniformização preconizada pelas diretrizes mundiais de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), ainda é insuficiente o conhecimento da efetividade da RCP intra-hospitalar no Brasil. Neste estudo avaliamos variáveis clínicas e demográficas de pacientes submetidos à RCP e preditores independentes associados à sobrevivência imediata (recuperação da circulação espontânea acima de 24h), sobrevivência até a alta hospitalar, em seis e doze meses. Métodos: este estudo transversal incluiu, de forma prospectiva, 763 pacientes em parada cardiorrespiratória (PCR) entre 1º de novembro de 2007 a 1º de novembro de 2010, ocorrida no ambiente intra-hospitalar de 17 hospitais gerais e institutos de especialidades. As manobras de RCP foram executadas em 575 pacientes. Resultados: A modalidade de PCR mais frequente foi a assistolia (40,7%), seguida de atividade elétrica sem pulso (39,3%). A sobrevivência imediata foi de 48,8%, sobrevivência até a alta hospitalar foi de 13%, de 4,3% em seis e de 3,8% em doze meses. Os preditores independentes associados à sobrevivência imediata foram o ritmo inicial em fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso (Razão de Taxas RT 1,31; IC 95% 1,10 a 1,55; p=0,002); presença de sinais de consciência da vítima, ao chegar a equipe atendimento (RT 1,37; IC95% 1,16 a 1,61; p<0,001); uso de epinefrina durante a RCP (RT 1,61; IC 95% 1,32 a 1,98; p < 0,001); hipoglicemia como causa da PCR (RT 1,68; IC 95% 1,11 a 2,55; p=0,014). Foram preditores independentes associados à menor sobrevivência imediata: hipotensão como causa da PCR (RT 0,74; IC 95% 0,61 a 0,90; p=0,003); sedentarismo como antecedente à PCR (RT 0,76; IC 95% 0,66 a 0,88; p< 0,001) e tempos da duração da RCP: maiores tempos com menor sobrevivência. Como preditores independentes associados à sobrevivência até a alta hospitalar, foram identificados: presença de médicos e enfermeiros treinados em ACLS e/ou BLS na equipe de atendimento (HR 3,07; IC 95% 1,39 a 6,78; p=0,006) e ritmo sinusal após a recuperação da circulação espontânea (HR 1,44; IC 95% 1,26 a 1,75; p=0,002). Como preditores independentes para maior sobrevivência em seis meses identificou-se: uso de epinefrina (HR 4,09; IC 95% 1,14 a 14,69; p=0,030), ritmo sinusal após a recuperação da circulação espontânea (HR 4,09; IC 95% 1,14 a 14,69; p=0,030) e antecedente de infarto do miocárdio (HR 4,08; IC 95% 1,51 a 11,06; p=0,006). Não foram identificados preditores independentes para sobrevivência em doze meses. Conclusões: Foram identificados como preditores independentes para sobrevivência imediata o ritmo inicial em fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso, presença de sinais de consciência da vítima, uso de epinefrina durante a RCP, hipoglicemia como causa da PCR. Como preditores independentes associados à sobrevivência até a alta hospitalar a presença de médicos e enfermeiros treinados em ACLS e/ou BLS e o ritmo sinusal após a recuperação da circulação espontânea. Os achados sugerem perfil multicêntrico nacional da ressuscitação, fornecendo dados potencialmente representativos da ressuscitação cardiopulmonar intra-hospitalar no Brasil.