Riscos ocupacionais e acidentes com material biológico em profissionais de enfermagem da saúde coletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Canalli, Rafaela Thaís Colombo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-16012013-101105/
Resumo: Trata-se de pesquisa descritiva, quantitativa com objetivo de analisar os riscos ocupacionais e acidentes em profissionais de enfermagem da saúde coletiva, com ênfase no material biológico - MB. Teve como local de estudo os municípios de um Colegiado de Gestão Regional do Estado de São Paulo, Brasil e foi desenvolvida em duas fases. Na primeira, os dados foram extraídos das fichas de notificação de acidentes do período de agosto de 2006 a agosto de 2011. Na segunda, foram coletados por meio de entrevista realizada com 158 profissionais. Os dados digitados foram transportados para análise no programa SPSS versão 16.0. Nas fichas de notificação, verificou-se registro de 30 acidentes, notificados por 30 profissionais; 90% ocorreram por exposição a MB, 6,7% por quedas e 3,3% por mordedura de animal doméstico. Na entrevista, 56 profissionais mencionaram ocorrência de um ou mais tipos de acidentes de trabalho no período de 2006 a 2011, sendo que 45 relataram acidentes com MB, oito com cortes e perfurações com material limpo, cinco quedas, quatro acidentes de trajeto e dois, outros tipos. No total, foram 74 acidentes com MB relatados por 45 profissionais: 50 percutâneos, 19 em pele íntegra, quatro em mucosas e um em pele lesada. A maior parte se deu por exposição ao sangue (91,9%); durante remoção de punção venosa (16,2%). Em 67,6% dos casos, os profissionais não utilizavam equipamentos de proteção individual, embora 77% afirmassem que os tinham à disposição. Em 50% dos acidentes com MB o profissional não procurou atendimento ou este não foi prestado; em 9,5% a conduta foi consulta médica, realização de exames no profissional e teste rápido no paciente-fonte e em 70,3% não houve interesse ou não foi indicado seguimento. Em 73% das exposições os profissionais realizaram práticas adequadas em relação ao local atingido; 63,5% dos acidentes não foram notificados de forma oficial, falha evidenciada também pela diferença entre o número de acidentes notificados nas fichas e obtidos na entrevista. Todos os profissionais mencionaram a existência de riscos para saúde no trabalho, o mais citado foi o biológico (sangue, microrganismos e fluidos corpóreos). A maioria (98,7%) dos profissionais apresentava esquema de vacinação completo contra hepatite B; 19,6% possuíam conhecimento sobre normas de prevenção de acidentes no trabalho, 20,9% sobre a existência de um protocolo de condutas pós-exposição a MB, 58,2% sobre os procedimentos com o local do corpo afetado e 62,6% sobre a notificação. A maioria (77,9%) informou não ter recebido treinamento sobre acidentes com MB e medidas de precaução, durante o tempo de experiência na enfermagem, o que pode ter influenciado a baixa adesão referida a algumas medidas. Este estudo detectou vários motivos que propiciaram os profissionais sofrerem acidentes de trabalho, destacando-se os relacionados a fatores materiais, individuais/comportamentais e institucionais. O problema deve ser investigado nas diferentes realidades vivenciadas por trabalhadores de enfermagem para que se possa garantir redução de riscos e acidentes a estes profissionais. Esses dados e a revisão de literatura subsidiaram propostas de prevenção e controle de acidentes com MB, bem como elaboração de um protocolo pós-exposição.