Mercado de geotecnologias no governo federal entre os anos 2011 e 2019: compras públicas e geografia aplicada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gavlak, Andre Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-29072021-182757/
Resumo: As possibilidades de uso das geotecnologias pelo setor público são amplas e podem aprimorar a gestão através do provimento de dados e tecnologias que permitem as mais diversas aplicações de caráter geográfico. No Governo Federal brasileiro, o uso das geotecnologias não é conhecido de forma sistemática, além de não se saber quais são as principais aplicações e atores públicos e privados envolvidos. Também se sabe muito pouco sobre a relação do setor privado com os entes federais, e como os profissionais atuantes no setor percebem o mercado. Sendo assim, esta tese propõe-se a analisar o mercado de geotecnologias no governo federal entre os anos de 2011 e 2019 através de i) dados públicos de contratos firmados entre o Governo Federal e empresas privadas ii) questionários aplicados a servidores federais e colaboradores de empresas privadas. Buscou-se entender a dinâmica temporal do mercado, seu grau de concentração e concorrência e como a crise político-econômica de meados de 2010 o impactou. Os resultados mostram que existem 31 empresas principais fornecedoras de geotecnologias para o Governo Federal Brasileiro que empregam 2263 funcionários, distribuídas espacialmente nas regiões Sul, Sudeste e no Distrito Federal. Através da análise individual de 600 contratos, concluiu-se que foram negociados R$ 804.747.626,99 junto ao Governo Federal durante o período. O menor contrato observado foi R$ 274,00 e o maior R$ 112.991.465,57, com um valor médio de R$ 1.341.246,04. Os contratos envolveram principalmente soluções de Sensoriamento Remoto e Aerofotogrametria (50%) e Sistemas de Informação Geográfica (33%), sendo aplicados majoritariamente nas áreas temáticas de Petróleo & Gás (39%), Infraestrutura (19%) e Recursos Naturais e Meio Ambiente (10%). A empresa Fototerra foi a principal delas, fornecendo R$ 155.553.107,03 em produtos e serviços. O principal comprador foi o Ministério de Minas e Energia contratando R$ 410 milhões, sendo que R$ 310 milhões foram adquiridos apenas pela Petrobrás. O Índice Herfindahl-Hirschman (HHI) que mede a concentração do mercado teve um valor de 0,082, o que indica não concentração. Existia uma tendência de crescimento do mercado até 2014, porém confirmou-se que a crise político-econômica causou impactos negativos, implicando em uma retração anual de 21% no volume contratado entre 2014 e 2019. As geotecnologias são recursos importantes para a Geografia, tanto no meio acadêmico, quanto fora dele, e este trabalho pode contribuir de forma inédita com uma visão mais ampla sobre o mercado e sobre como os mais diferentes órgãos federais estão usando as bases tecnológicas da Geografia para cumprir com suas missões, melhorar o bem-estar social e contribuir para um país mais desenvolvido, menos desigual e mais justo.