Diagnóstico da infecção de Biomphalaria glabrata por Schistosoma mansoni em área de baixa endemicidade no Estado de São Paulo, utilizando técnicas de biologia molecular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Casotti, Marcia Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-28012020-153501/
Resumo: Aproximadamente 240 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo Schistosoma mansoni (S. mansoni). No Brasil, os principais objetivos do programa de controle da esquistossomose são os de reduzir a infecção humana em áreas endêmicas, e de conter sua expansão. O principal hospedeiro intermediário deste parasita é o caramujo Biomphalaria glabrata (B. glabrata). O diagnóstico convencional da infecção por S. mansoni em Biomphalaria feito rotineiramente é ineficaz mediante algumas condições. Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver e padronizar técnicas moleculares sensíveis e específicas para detectar a infecção por S. mansoni em caramujos B. glabrata procedentes de uma área de baixa endemicidade (Ourinhos/SP). Moluscos de Ourinhos/SP foram adequadamente transportados para o Laboratório de Imunopatologia da Esquistossomose da Universidade de São Paulo (LIM-06), que já mantinha rotineiramente moluscos B. glabrata, linhagem BH. Foram testados protocolos da Reação em Cadeia da Polimerase convencional (cPCR) e TaqMan®Reação em Cadeia da Polimerase (TaqMan®qPCR) para o diagnóstico da infecção no molusco. Dois grupos com 10 caramujos por linhagem (BH e Ourinhos) foram expostos a crescentes cargas parasitárias (1, 5, 10, 20, 30 miracídios) de S. mansoni (BH) e avaliados em dois períodos diferentes do ciclo assexuado: 72 horas e 14 dias após exposição. A extração de DNA de S. mansoni (BH) foi realizada em tecido da região cefalopodal dos caramujos utilizando o QiAmp®DNA MiniKit (Qiagen). O DNA extraído foi quantificado em Nanodrop®. Para amplificação, utilizou-se três primers sendo as sequências 28S do DNAr (cPCR), COX 1 do DNAmt e sequência de repetição em tandem (TaqMan®qPCR). A visualização dos produtos de amplificação do DNA na cPCR foi feita em gel de agarose 2%, na TaqMan®qPCR os dados foram interpretados com valores expressos em Ct (Cycle Threshold). Realizou-se a inoculação de hamsters com cercárias oriundas de B. glabrata (Ourinhos/SP) infectados com miracídios BH. Observamos os seguintes resultados: implantação da linhagem laboratorial de B. glabrata (Ourinhos/SP); Presença de bandas nítidas com 350 pb na reação de cPCR, além de produtos de amplificação do DNA de S. mansoni na TaqMan®qPCR expressos em Ct (Cycle Threshold). Essa positividade foi observada em ambos os períodos pós-exposição nos dois métodos moleculares empregados. A presença de alterações anatomopatológicas no hamster infectado, demonstra a capacidade que esse molusco tem de completar seu ciclo infeccioso. Os resultados demonstram que, mesmo em condições de restrição experimental, esse molusco foi capaz de se reproduzir e manter um novo ciclo laboratorial de uma nova linhagem B. glabrata (Ourinhos/SP). Além disso, as técnicas moleculares foram sensíveis na detecção do DNA dos moluscos Ourinhos infectados pelo S. mansoni cepa BH. Portanto, é um estudo que poderá promover o monitoramento e a gestão das coleções hídricas nas áreas de baixa endemicidade melhorando o impacto dessa parasitose na qualidade de vida dessas populações