Cultura de células de tecidos de Biomphalaria tenagophila (Orbigny, 1835) e Biomphalaria glabrata (Say, 1918) como ferramenta no estudo das interações entre hospedeiro invertebrado e Schistosoma mansoni (Sambom, 1907)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva Neto, Aristeu
Orientador(a): Coelho, Paulo Marcos Zech
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19660
Resumo: A esquistossomose mansoni é uma doença endêmica no Brasil, causada pelo trematódeo digeneico Schistosoma mansoni . Em seu ciclo de vida, o parasito tem uma passagem obrigatória por caramujos do gênero Biomphalaria , hospedeiros invertebrados que ocupam papel central no processo de transmissão da doença. O estudo da interação entre parasito- hospedeiro invertebrado vem se desenvolvendo ao lon go dos anos, entretanto sem solucionar a carência de modelos in vitro que simulem a infecção. As células Bg e, modelo estabelecido para se estudar a interação, não estão mais disponí veis nos bancos de células comerciais, restando apenas modelos celulares de curta duração. Com o objetivo de explorar novas ferramentas no estudo das interações parasito-hospe deiro invertebrado em esquistossomose, realizamos o presente estudo que estabeleceu, carac terizou e explorou a funcionalidade de culturas celulares primárias de espécimes adultos d e Biomphalaria como modelos na interação in vitro com esporocistos de S. mansoni . Foram utilizadas duas espécies de caramujos, Biomphalaria glabrata , como modelo susceptível à infecção por S. mansoni, e Biomphalaria tenagophila Taim, como modelo de resistência absoluta à infecção por este mesmo parasito. Baseados em características ultraes truturais das células em culturas primárias derivadas de diversos tecidos, selecionamos as célu las derivadas da glândula digestiva e do tubo renal sacular para os ensaios de interação com o parasito. As culturas celulares derivadas da glândula digestiva de B. tenagophila Taim foram capazes de matar, in vitro , esporocistos primários de S. mansoni . As culturas primárias derivadas do tubo renal sac ular dessa mesma linhagem, e as culturas homólogas de B. glabrata , dos dois tecidos, não apresentaram esta atividade letal em ensaios in vitro . Para acompanhamento de possíveis alterações molec ulares nas culturas celulares após interação com o parasit o, utilizamos a expressão do transcrito aif , estimulador da atividade e proliferação de hemócito s, como indicador. Após a interação, a expressão de aif foi aumentada, somente nas células derivadas da gl ândula digestiva de B. tenagophila Taim, corroborando os resultados anteriores. A análi se ultraestrutural das células das culturas testadas mostrou que, dentre as célula s derivadas da glândula digestiva, há um perfil de hemócitos tipo-granulócitos diferentes do s hemócitos tipo-granulócitos circulantes. O perfil ultraestrutural de células derivadas do tu bo renal sacular apresentaram semelhança com o obtido, anteriormente, para células do órgão produtor de hemócitos (APO). No entanto, os testes de atividade sugerem que, apesar das seme lhanças, tratam-se de culturas distintas. Para a obtenção de modelos não senescentes, foi rea lizada a tentativa de imortalização das culturas de células derivadas do tubo renal sacular de B. tenagophila Taim, através da introdução do gene da telomerase transcriptase reve rsa. Entretanto as tentativas de imortalização dos modelos analisados foram ineficaz es, com dificuldades na obtenção de culturas livres de contaminantes biológicos e ausên cia de proliferação celular. O presente trabalho mostra, pela primeira vez, a ação letal de hemócitos presentes na glândula digestiva de caramujos B. tenagophila linhagem Taim contra esporocistos de S. mansoni . A prioridade para continuação da linha de pesquisas aponta para novas tentativas de imortalização visando a obtenção de uma nova ferramenta para o estudo da interação Biomphalaria/S. mansoni .