Prevalência de Infecção de Biomphalaria glabrata infectados por Schistosoma mansoni em Coleções Hídricas de Salvador, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zanardi, Vanessa Sousa
Orientador(a): Reis, Mitermayer Galvão dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30506
Resumo: INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansõnica é uma doença tropical negligenciada (DTN) parasitária de transmissão hídrica causada por helmintos trematódeos do gênero Schistosoma. O estado da Bahia é considerado o segundo com maior área endêmica, incluindo o munícipio de Salvador. A esquistossomose é transmitida por caramujos gastrópodes do gênero Biomphalaria, sendo B. glabrata considerada a principal espécie transmissora da esquistossomose no Brasil. A distribuição geográfica de Biomphalaria está diretamente relacionada com à distribuição da esquistossomose. As informações atualizadas acerca das populações de caramujos deste gênero contribuem para as ações de vigilância e controle para esquistossomose. OBJETIVO: O presente estudo visou avaliar as populações de Biomphalaria glabrata em coleções hídricas do município de Salvador para determinar a prevalência de infecção por S. mansoni, caracterizar as populações de cercárias, bem como descrever a distribuição de B. glabrata e identificar os focos de transmissão de esquistossomose mansônica neste município. MATERIAL E MÉTODOS: As coletas malacológicas foram realizadas entre junho e dezembro de 2017 em 17 coleções hídricas distribuídas nos Distritos Sanitários de Salvador, sendo empregado o método de Oliver e Schneiderman (1956). A identificação morfológica dos caramujos foi realizada a partir da observação das características da concha e do manto. Para a avaliação da infecção por S. mansoni foi empregada a técnica de exposição a luz realizada semanalmente no período de 30 dias. Adicionalmente, a avaliação da infecção foi realizada em 626/730 caramujos pela técnica de reação em cadeia polimerase em tempo real (qPCR) com primer específicos para a região 18S rRNA do S. mansoni. RESULTADOS: Foram coletados 1,403 B. glabrata. Ao final das análises no período de 30 dias, 730 caramujos continuaram vivos. Cinco caramujos foram positivos no teste de eliminação clássica, com uma taxa de infecção de 1,9% e 5,5% na Lagoa do IAT e na Horta de Saramandaia, respectivamente. Foram observadas outras larvas de trematódeos em 3,2% dos caramujos, sendo elas as Xifidiocercárias, Strigeidae, Spirorchiidae e Clinostomidae. Na análise por qPCR, 39 caramujos foram positivos para S. mansoni, com uma taxa de positividade variando por coleção hídrica entre 2% (2/100) e 43,4% (10/28). CONCLUSÕES: Esses resultados demonstram que B. glabrata está amplamente distribuído na cidade de Salvador, com áreas com potencial risco de transmissão para equistosssomose. A técnica de qPCR teve uma boa sensibilidade e pode ser utilizada para complementar o teste de eliminação clássica. Vale destacar que estimar a prevalência de infecção por S. mansoni em caramujos apenas levando em consideração o teste de eliminação clássica, pode subestimar o problema.