Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Funari, Mateus Pereira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-22062021-083627/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A papilotomia endoscópica é um método invasivo que permite o acesso à via biliar, no entanto, este procedimento não é isento de complicações. Estudos na literatura indicam que o modo de corrente elétrica utilizado para a papilotomia pode desencadear diferentes incidências de eventos adversos, como pancreatite, hemorragia, perfuração e colangite. OBJETIVO: Avaliar a segurança dos diferentes modos de corrente elétrica (endocut, blend, corte puro, corte puro seguido de blend) empregados na realização da papilotomia com base na ocorrência de eventos adversos (sangramento, pancreatite, perfuração e colangite). MÉTODOS: A busca de artigos incluiu as seguintes bases de dados: Medline, EMBASE, Cochrane Central, Lilacs e literatura cinzenta até setembro de 2019. Os dados de estudos descrevendo diferentes tipos de corrente elétrica foram metaanalisados de acordo com o PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). As seguintes modalidades de corrente elétrica foram avaliadas: endocut, blend, corte puro, corte puro seguido de blend. RESULTADOS: Foram incluídos um total de 1.691 pacientes de 10 ensaios clínicos randomizados permitindo as seguintes comparações: 1. Endocut vs blend: nenhuma diferença estatística na incidência de sangramento (7% vs 13,4%; RD: -0,11 [-0,31; 0,08]; p = 0,27; I2 = 86%), pancreatite (4,4% vs 3,5%; RD: 0,01 [-0,03; 0.04], p = 0,62, I2 = 48%) e perfuração (sem casos em ambos os grupos). 2. Endocut vs corte puro: maior incidência de sangramento leve (sem queda nos níveis de hemoglobina, repercussão clínica ou necessidade de intervenção endoscópica) no grupo de corte puro (9,2% vs 28,8%; RD: -0,19 [-0,27; - 0,12], p < 0,00001, I2 = 0%). Sem diferença com significado estatístico na incidência de pancreatite (5,2% vs 0,9%; RD: 0,05 [-0,01; 0,11]; p = 0,12; I2 = 57%). Sem diferença em relação a perfuração (0,4% vs 0%; RD: 0,00 [-0,01; 0,02]; p = 0,7, I2 = 0%) ou colangite (1,8% vs 3,2%; RD: -0,01 [-0,09; 0,06], p = 0,7). 3. Corte puro vs blend: maior incidência de sangramento leve no grupo de corte puro (40,4% vs 16,7%; RD: 0,24 [0,15; 0,33], p < 0,00001; I2 = 0%). Nenhuma diferença estatística em relação à incidência de pancreatite e colangite. 4. Corte puro vs corte puro seguido de blend: nenhuma diferença estatística em relação à incidência de sangramento (22,5% vs 11,7%; RD: -0,10 [-0,24; 0,04], p = 0,18, I2 = 61%) e pancreatite (8,9% vs 14,8%; RD 0,06 [-0,02; 0,13], p = 0,12; I2 = 0%). 5. Blend vs corte puro seguido de blend: sem diferença estatística em relação à incidência de sangramento e pancreatite (11,3% vs 10,4%; RD -0,01 [-0,11; 0,09], p = 0,82, I2 = 0%). CONCLUSÕES: O corte puro não apresenta aumento do risco de sangramento com significado clínico em comparação com endocut e blend. Entretanto, esta modalidade também não se mostrou superior em relação as demais na prevenção de pancreatite aguda pós CPRE. Não há diferença na incidência de colangite ou perfuração entre os diferentes tipos de corrente elétrica. Não há diferença estatística na avaliação dos eventos adversos entre as comparações endocut vs blend, corte puro vs corte puro seguido de blend, e blend vs corte puro seguido de blend. Baseando-se na literatura atual, não é possível recomendar uma modalidade de corrente elétrica sobre as demais, logo, novos estudos são necessários. Tais achados sugerem não existir o modo de corrente elétrica ideal para prevenir todos os eventos adversos, sendo assim, é crucial entender os respectivos modos de ação e os fatores de risco do paciente para a tomada de decisão na prática clínica |