Estudo randomizado comparando a incidência de eventos adversos entre os modos de corte puro e pulsado empregados na papilotomia endoscópica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Funari, Mateus Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-31052023-140943/
Resumo: INTRODUÇÃO: eventos adversos (EA) como pancreatite, sangramento, perfuração e infecção não são incomuns após a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), sendo a pancreatite aguda pós-CPRE (PEP) o mais relevante. Apesar de sua fisiopatologia não ser completamente compreendida, a lesão térmica pela papilotomia é um fator importante a ser considerado e que também pode afetar outros EA. Este é um ensaio clínico randomizado (ECR) que compara a incidência de EA pós-CPRE com papilotomia endoscópica com os modos de corte puro e pulsado. OBJETIVO: comparar o perfil de segurança entre os modos de corte puro e pulsado (endocut) empregados na papilotomia endoscópica, baseando-se na incidência de EAs (PEP, sangramento, infecção e perfuração). MÉTODOS: entre outubro de 2019 a agosto de 2021, pacientes consecutivos submetidos à CPRE com papilotomia, preenchendo os critérios de inclusão e exclusão foram randomizados para corte puro ou pulsado após canulação transpapilar primária da via biliar. O desfecho primário é a incidência de PEP e os secundários envolvem sangramento intraprocedimento (imediato) e tardio, perfuração e infecção. RESULTADOS: o estudo incluiu 550 pacientes (272 no grupo do corte puro e 278 no corte pulsado). PEP ocorreu em 4,0% dos casos, sendo mais frequente no grupo do corte pulsado (5,8% x 2,2%; p = 0,034). A análise univariada revelou >5 tentativas de canulação (p = 0,004) e corte pulsado (p = 0,034) como fatores de risco. A análise multivariada evidenciou >5 tentativas de canulação (p = 0,004) como fator de risco, e um valor limítrofe para o corte pulsado (p = 0,052). Sangramento intraprocedimento foi mais frequente com o corte puro (p = 0,018), sendo todos os casos controlados endoscopicamente no mesmo procedimento. O sangramento tardio foi mais frequente com o corte pulsado (p = 0,047). Não houve diferença de infecção (p = 0,4999) ou perfuração (p = 1,0) entre os grupos. DISCUSSÃO: este ECR demonstrou maior incidência de PEP e sangramento tardio com o corte pulsado, enquanto o corte puro apresentou maior incidência de sangramento intraprocedimento. Não houve diferença em termos de perfuração ou infecção. Como todos os casos de sangramento intraprocedimento foram controlados durante a CPRE, a evidência atual favorece o uso do corte puro rotineiramente para a papilotomia. Adicionalmente, uma estratégia essencial para prevenir PEP é respeitar o limite de 5 tentativas para canulação da via biliar