Ecos de um suposto silêncio: paisagem e urbanização dos \"certoens\" do Norte, c.I666-I820.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Arraes, Damião Esdras Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-13062017-130722/
Resumo: A imagem do \"vazio\" tem persistido em representar os sertões das capitanias do Norte. Trata-se de um vazio de construção histórica e historiográfica. Os estudos e textos de Euclides da Cunha, Capistrano de Abreu e Caio Prado Jr. contemplaram esse estereótipo amplamente divulgado e sedimentado no habitual sertão nordestino, este associado à seca, ao isolamento e à rusticidade do mundo urbano. Fluindo contra essas leituras, a presente tese se esforça em desmistificar os qualificativos de desvalor por desconstruir a ideia de vazio reconstruindo os processos de urbanização e a formação das paisagens dos sertões do Norte na época colonial. Atenta-se para a longa duração com o objetivo de interpretar as políticas da Coroa portuguesa e as atividades do cotidiano materializadas numa hierárquica rede de povoações estruturada por missões, capelas, freguesias, \"lugar de índios\", julgados, vilas e cidade. Põe luz nos atores, na rede de relações e nas hierarquias sociais verificando suas implicações na transformação da paisagem e na urbanização desses sertões. Como aporte teórico-metodológico, entrecruza-se texto (hermenêutica) e imagem (representação) para pensar con los ojos - segundo a poética acepção do historiador de arte argentino Damián Bayón - a fim de preencher as lacunas espaciais que forjaram o suposto \"silêncio\". Vale-se, ainda, da multidisciplinaridade para esclarecer a relação do homem com as zonas interiorizadas, sem esquecer dos programas de georreferenciamento que propiciaram a produção de mapas temáticos exemplares voltados a localizar as povoações no território e interpretar a razão de ser de sua posição geográfica no contexto social e econômico ao qual estavam inseridos.