Estudantes secundaristas brasileiros e chilenos: ocupações de escola como luta pelo direito à educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Felipe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-17082023-114229/
Resumo: Nessas décadas iniciais do século XXI Chile e Brasil passaram por processos semelhantes. Em 2006 no primeiro e em 2015 no segundo, os estudantes secundaristas realizaram uma série de manifestações que culminaram com a ocupações de escola como forma de protesto. Temos por objetivo investigar os movimentos de estudantes secundaristas envolvidos nesses episódios. Assim, relacionamos os dois movimentos, explicitando eventuais semelhanças, diferenças e singularidades existentes em cada situação. Investigamos as compreensões dos estudantes sobre o processo que viveram, no sentido de buscar conhecer sobre: suas motivações; a experiência de ocupar escolas; as inclinações e tendências políticas existentes no movimento; suas as avaliações sobre a mobilização realizada. Além disso, buscamos compreender o que esses movimentos indicam sobre as tendências na Educação na América Latina. A fundamentação teórico epistemológica que orienta a presente pesquisa é a Psicologia Escolar crítica, de base marxista, que compreende os fenômenos relativos ao processo de escolarização como multideterminados, sendo relevante a compreensão de aspectos relativos à cultura em seu sentido amplo, tendo as políticas públicas particular importância. Para atingir os objetivos estabelecidos foram realizadas entrevistas com estudantes secundaristas que participaram das manifestações, além de levantamentos bibliográficos sobre a temática em questão. A partir da análise de todo material, os conteúdos foram sistematizados em 5 eixos temáticos: a) os momentos iniciais dos protestos, os contextos em que ocorrem, as motivações dos envolvidos; b) o funcionamento cotidiano das escolas ocupadas; c) a violência do Estado contra os manifestantes; d) a dimensão política do movimento e a relação com os apoiadores; e) os efeitos dos movimentos, suas vitórias e derrotas. Com isso, defendemos a tese de que os movimentos dos estudantes secundaristas brasileiros e chilenos que ocuparam escolas expressam: 1) A crítica ao funcionamento escolar ordinário ao mesmo tempo em que apresentam uma alternativa; 2) A reação do poder dominante à insatisfação popular organizada; 3) A histórica luta dos setores populares por direito à educação; 4) Os limites do regime democrático sob a lógica neoliberal.