Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Detoni, Otávio Florentino |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12140/tde-08112023-200419/
|
Resumo: |
Ao longo do início do século XXI, em especial, durante a primeira década, o Brasil vivenciou um período que combinou crescimento econômico acelerado com declínio da desigualdade salarial. O estudo tem como objetivo central verificar quais fatores foram relevantes para explicar da queda da desigualdade de rendimentos do período. Primeiro, a partir da estimação de equações mincerianas da renda, são abordadas as transformações da composição oferta e demanda do mercado de trabalho brasileiro. Pelo lado da oferta, as evidências apontam que a abundância de trabalhadores mais escolarizados acarretou significativa queda do prêmio salarial da educação (medido em anos de estudo), algo que funcionou em favor da redução das desigualdades. Para estudar a demanda por trabalho, utilizou-se a abordagem baseada em tarefas. As evidências apontaram que ocupações intensivas em tarefas analíticas e interativas ganham destaque em termos dos substanciais aumentos de seus prêmios salariais. Por serem ocupações que demandam, em média, mão de obra qualificada, essas mudanças podem ter funcionado em favor do aumento da desigualdade de renda. Além disso, a desconcentração de renda do período também foi avaliada através da dinâmica setorial. As políticas de valorização real do salário-mínimo e os programas de transferência de renda lograram sucesso em aumentar a renda dos mais pobres, inserindo-os como consumidores de bens antes exclusivos à determinada parcela da população. Dessa forma, foi verificado que setores de atividade intensivos em trabalho pouco qualificado, como: construção civil; comércio e reparação de veículos e objetos; alojamento e alimentação; e transporte, armazenagem e comunicações, foram beneficiados por essa maior demanda e aumentaram relativamente suas participações no nível de emprego nacional. Essa mudança na estrutura setorial acarretou um mecanismo causativo circular que potencializou a redistribuição de renda. Por fim, o estudo procura explorar como a redução das desigualdades salariais ajuda a explicar o afastamento da classe média da base eleitoral petista. Com base no arcabouço teórico vebleniano, essas variações na renda relativa podem explicar a gradativa diminuição média do voto da classe média no Partido dos Trabalhadores (PT). Em suma, a redistribuição de renda ocorrida, principalmente entre o meio e as camadas populares, gerou perda de utilidade para os indivíduos que observaram queda relativa em suas parcelas de renda apropriada. |