Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Penachio, Flora Maciel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-12042023-150547/
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Resumo: |
Introdução: as complicações cardiovasculares são a principal causa de mortalidade entre crianças com doença renal crônica (DRC), responsáveis por até 30% dos óbitos. A disfunção diastólica (DD) do ventrículo esquerdo (VE) é comum e tem sido associada a desfechos cardiovasculares desfavoráveis. A avaliação ecocardiográfica da função diastólica em crianças com DRC tem se limitado à avaliação espectral e Doppler tecidual, conhecidas por serem menos confiáveis em pediatria. O strain do AE pela técnica do Speckle tracking bidimensional (2DST) foi recentemente confirmada como uma medida robusta da função diastólica. Objetivos: investigar o papel do strain do AE na avaliação da função diastólica de crianças em diferentes estágios da DRC, comparando-o com parâmetros ecocardiográficos convencionais. Métodos: de fevereiro de 2019 a julho de 2022, 55 pacientes pediátricos consecutivos com DRC assintomáticos e 55 voluntários saudáveis foram avaliados por ecocardiogramas convencional e 2DST. Os dados clínicos foram coletados dos prontuários pelo médico assistente. Resultados: pacientes e controles tinham idade [9,78 (0,89 17,54) anos vs. 10,72 (1,03 - 18,44) anos; p = 0,41] e sexo (36M:19F vs. 34M:21F; p = 0,84) semelhantes. A duração mediana da doença foi de 8,1 (0,83 - 17,5) anos. Havia 7 (12,8%) DRC estágio I, 4 (7,3%) DRC estágio II, 12 (21,8%) DRC estágio III, 2 (3,6%) DRC estágio IV e 30 (54,5%) DRC estágio V. O ecocardiograma convencional revelou FE VE preservada ( 55%) em todos eles. Embora a média de E/e\' tenha sido maior na DRC [6,99 (4,75 14,20) vs. 6,38 (3,88 11,11); p = 0,009], estava alterada em apenas um indivíduo. Comparando DRC e controles, o strain de reservatório do AE foi menor (48,22 ± 10,62% vs. 58,52 ± 10,70%; p < 0,0001) e o índice de rigidez foi maior [0,14 (0,08 0,48) %-1 vs. 0,11 (0,06 0,23) %-1; p < 0,0001]. A hipertrofia do VE foi associada à menor strain de reservatório do AE (42,05 ± 8,74% vs. 52,99 ± 9,52%; p < 0,0001), maior índice de rigidez [0,23 (0,11 0,48) %-1 vs. 0,13 (0,08 0,23) %- 1; p < 0,0001) e índice de enchimento (2,39 ± 0,63 cm/s x %-1 vs. 1,74 ± 0,47 cm/s x %-1; p = 0,0001). A hipertensão não controlada foi associada a menor strain de reservatório (41,9 ± 10,6% vs. 50,6 ± 9,7; p = 0,005). O estágio de DRC apresentou correlação negativa com o strain de reservatório (r = - 0,37; p = 0,006) e o strain de conduíte (r = - 0,28; p = 0,0035), além de correlação positiva com o índice de rigidez. (r = 0,48; p = 0,0002). E/e\' mostrou acurácia inferior na diferenciação de pacientes DRC de controles (AUC = 0,64), quando comparado ao strain de reservatório (AUC = 0,75) e índice de rigidez de AE (AUC = 0,73). O strain de reservatório mostrou a melhor acurácia na diferenciação de pacientes dialíticos de não dialíticos (AUC = 0,77). Conclusões: Os parâmetros de strain do AE, especialmente o strain de reservatório e o índice de rigidez, apresentaram melhor acurácia do que a relação E/e\' convencional na avaliação diastólica na população pediátrica com DRC. Como a DD tem forte valor prognóstico na DRC, a incorporação do strain do AE na avaliação ecocardiográfica de rotina dessa população parece ser uma estratégia apropriada |