Padronização de valores ecocardiográficos de mensuração de átrio esquerdo em cães da raça Yorkshire Terrier

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Amaral, Cristina Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-12112018-150322/
Resumo: O Yorkshire Terrier é uma das raças com maior predisposição a doenças cardíacas congênitas e, principalmente, a doenças adquiridas como é o caso da doença mixomatosa da valva mitral (DMVM). Na literatura há apenas um trabalho estabelecendo para a raça os valores de referência ecocardiográficos de estudo de ventrículo esquerdo e de mensuração de aorta (Ao) e de átrio esquerdo (AE) por um método. É frequente observar que animais hígidos (sem doença cardiovascular) da raça em questão apresentem valores de relação átrio esquerdo/aorta (AE/Ao) aumentados, não sendo condizente com a avaliação subjetiva do exame ecocardiográfico realizado. A hipótese é de que os animais da raça Yorkshire Terrier apresentem valores ecocardiográficos diferenciados de mensuração do átrio esquerdo do que é considerado normal para as demais raças de pequeno porte e também para as escalas alométricas atualmente disponíveis para utilização na rotina clínica. Os objetivos do trabalho foram: determinar e padronizar valores de mensuração de AE, utilizando a relação AE/Ao, por meio da ecocardiografia, utilizando quatro métodos bidimensionais relatados na literatura e determinar e padronizar os valores de função atrial e volume atrial esquerdo, pelo método biplanar área-comprimento, em cães sadios da raça Yorkshire Terrier. Realizou-se estudo observacional e transversal com 50 cães adultos (acima de 15 meses e até sete anos) e clinicamente sadios da raça Yorkshire Terrier. Os animais foram submetidos à seguinte avaliação: mensuração de pressão arterial pelo método Doppler, exame físico, exame ecocardiográfico, exame eletrocardiográfico, exames laboratoriais (hematológico e bioquímico) e radiografias torácicas. Foram excluídos 13 animais diagnosticados com DMVM estágio B1. A mensuração da Ao foi feita por três métodos distintos, descritos pelos autores Rishniw, Hansson (método sueco) e Chetboul. O AE foi avaliado pelos três métodos e pela largura septo-lateral no corte longitudinal direito (método longitudinal). A determinação da área e do volume (máximo, pré-contração atrial e mínimo) do AE foi realizada no corte apical duas (2C) e quatro (4C) câmaras. Foram realizadas três determinações de cada parâmetro, avaliados nas diferentes fases do ciclo cardíaco, considerando-se a média dos valores obtidos. Os resultados principais da área e do volume atrial, com a média e o desvio padrão, foram: Vmáx 2185±690 mm3, Vpré 1390±431 mm3, Vmin 728±255 mm3, AAEmáx 4C 58,4±15 mm2/kg, AAEmáx 2C 53,4±12,2 mm2/kg, AAEpré 4C 141±35,2 mm2/kg, AAEpré 2C 38,9±9,6 mm2/kg, AAEmín 4C 27,2±5,82 mm2/kg, AAEmín 2C 26,2±6,63 mm2/kg. As relações AE/Ao encontradas foram: Rishniw 1,55±0,12, Chetboul 1,15±0,10 e longitudinal 1,75±0,15, que são semelhantes aos valores obtidos na literatura, e sueco 1,51±0,16, que é maior do que o relatado, sugerindo que a raça em questão apresente valores de mensuração de AE superiores quando utilizado este método na avaliação. A única variável de função atrial que não apresentou diferença estatística quando comparada às faixas de peso foi a AAEpré. O método sueco apresentou concordância e melhor correlação positiva quando comparado aos demais. Não houve diferença estatística na comparação das relações AE/Ao com relação às faixas de peso previamente estabelecidas (<3kg, 3-4kg, >4kg).