Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nishida, Gustavo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-14072023-083725/
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Resumo: |
Introdução: A avaliação da função diastólica e das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo (VE) é fundamental em importantes contextos clínicos, como em pacientes com fração de ejeção do VE (FEVE) preservada e doença arterial coronária (DAC). Dados ecocardiográficos bidimensionais e derivados do Doppler têm sido tradicionalmente utilizados, mas novos parâmetros de deformação miocárdica são estudados. O strain do átrio esquerdo (strain AE) tem sido avaliado como estratégia para aumentar a acurácia da estimativa dessas pressões no estudo da diástole. Objetivo: Avaliar a correlação do strain AE bidimensional em suas funções reservatório (R), conduto (CD) e contrátil (CT) com as medidas invasivas das pressões diastólica final (PD2VE) e pré-contração atrial do VE (pré-A VE) em pacientes com DAC e FEVE preservada. Como objetivo secundário, avaliar o poder diagnóstico incremental do strain AE nas diretrizes de 2016 de análise da função diastólica. Método: Estudo transversal unicêntrico envolvendo pacientes com DAC significativa documentada por cineangiocoronariografia, medidas invasivas de PD2VE, pré-A VE e estudo ecocardiográfico realizado imediatamente antes da angiografia. Avaliaramse parâmetros ecocardiográficos convencionais e o strain AE por speckle tracking, correlacionando-os com as pressões de enchimento do VE. Resultados: Amostra de 81 pacientes com idade média de 61 ± 8,2 anos, predominantemente masculina. Hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes mellitus e obesidade foram os fatores de risco mais prevalentes. Os pacientes foram divididos em dois grupos a partir da medida da PD2VE: 16 mmHg (grupo A) e > 16 mmHg (grupo B). No grupo A, a média da PD2VE foi de 12,3 ± 2,9 mmHg e no grupo B de 20,6 ± 3,1 mmHg, enquanto a média da pré-A VE foi de 8,2 ± 2,8 mmHg e 14 ± 3,8 mmHg, respectivamente. Houve diferença significativa para os parâmetros de strain AE R, CD e CT, com valores médios mais reduzidos no grupo B. Observou-se forte correlação de PD2VE (r = -0,67; p < 0,001) e pré-A VE (r = -0,65; p < 0,001) com strain AE R, também identificada com strain AE CT. Analisou-se a curva ROC (Receiver Operating Characteristic) para predição de PD2VE > 16 mmHg e pré-A VE > 12 mmHg, sendo obtidos os valores respectivos da área sob a curva de 0,91 e 0,94 para strain AE R, 0,81 e 0,84 para strain AE CD e 0,85 e 0,91 para strain AE CT. Strain AE R e CT tiveram performance diagnóstica superior a E/e´, volume indexado do AE e velocidade máxima da insuficiência tricúspide como preditores individuais das pressões de enchimento. Em nosso estudo, o uso do strain AE R não aumentou a acurácia do algoritmo da diretriz de 2016 para análise da função diastólica. Conclusão: O strain AE apresenta correlação forte com medidas invasivas de PD2VE e pré-A VE, podendo, sobretudo nos componentes reservatório e contrátil, ser medida útil para discriminá-las em coronariopatas com FEVE preservada. Em nossa amostra, o strain AE R não demonstrou poder incremental às diretrizes de 2016 na classificação da função diastólica. A melhor estratégia de inclusão desse parâmetro na análise multiparamétrica das pressões de enchimento demanda investigações adicionais. |