Rigidez arterial e análise da função atrial esquerda em pacientes hipertensos com taquicardia atrial não sustentada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lage, João Gabriel Batista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-03082023-164906/
Resumo: Introdução: O aumento da rigidez arterial é atualmente reconhecido como um fator de risco independente para fibrilação atrial, mas os mecanismos fisiopatológicos desta arritmia permanecem pouco compreendidos. Objetivos: Este estudo tem como objetivo investigar a associação da rigidez arterial com a presença de taquicardia atrial não sustentada (TANS) em pacientes hipertensos, possivelmente uma fase premonitória da fibrilação atrial. Métodos: Estudo transversal, de natureza exploratória do tipo prova de conceito. A rigidez arterial foi avaliada pela velocidade da onda de pulso carótido-femoral (VOPcf) e pelo Augmentation Index corrigido para uma frequência cardíaca de 75 bpm (AIx@75). A ecocardiografia speckle-tracking foi usada para avaliar a função do átrio esquerdo (AE), incluindo propriedades de reservatório, conduto e contração do mesmo. Os pacientes também foram categorizados, de acordo com o achado de TANS ao Holter de 24 h (10 ou mais batimentos consecutivos), em grupo TANS e grupo controle (sem esta arritmia). Resultados: Foram incluídos setenta participantes de um único centro sem doença cardiovascular evidente, após serem submetidos a exame clínico cardiovascular padrão. O grupo TANS, quando comparado ao grupo controle, apresentava maior idade média (70,09 ± 7,29 vs. 63,68 ± 7,11, valor p 0,001), maior proporção de níveis elevados de BNP (28,1 % vs. 0,0%, valor p <0,001), menores níveis de colesterol HDL (51,03 ± 12,16 vs. 58,81 ±16,50, valor p 0,027), maior índice de massa do ventrículo esquerdo (VE) (90,00 ±19,95 vs. 76,05 ±15,60, valor p 0,002) e maior quantidade de extrassístoles atriais em 24h (531,00 [173,00;5890,00] vs. 17,00 [9,00;35,00], valor p <0,001). A VOPcf se correlacionou positivamente com maior densidade de extrassístoles atriais em 24h, de modo independente do índice de massa do VE. O aumento da VOPcf se correlacionou com a diminuição dos valores de strain do AE (reservatório e conduto). Conclusão: Neste estudo com 70 pacientes hipertensos, foi possível demonstrar a correlação positiva entre a VOPcf e a presença de maior densidade de arritmias atriais no Holter de 24h. Além disto, uma maior VOPcf se associou a menores valores de strain do átrio esquerdo para as funções de reservatório e conduto, representando assim um possível mecanismo fisiopatológico no desenvolvimento de arritmias atriais