Um estudo sobre as pinturas de montanhas-e-águas e outras tópicas do mundo-flutuante, em Cem Vistas do Monte Fuji, de Hokusai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Itocazo, Gabriela Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-24102018-111225/
Resumo: Esta dissertação dedica-se ao estudo da obra \"Cem Vistas do Monte Fuji\" (Fugaku Hyakkei) (1834-47?), de Katsushika Hokusai (1760-1849), pintor japonês do século XVIII-XIX. Trata-se de um livro-imagem (ehon), com cento e duas estampas impressas em preto-e-branco (sumizukuri) e tons de cinza (em sua 1ª edição), produzidas com a técnica da xilogravura japonesa, dentro do estilo ukiyo-e (pinturas do mundo-flutuante). O foco da pesquisa está em (1) estudar os assuntos presentes nas estampas, reconhecendo suas categorias dentro de tópicas tradicionais da pintura japonesa, suas referências temáticas, literárias, mitológicas, religiosas e particularidades; (2) analisar os aspectos temáticos e estéticos, em relação à espacialidade, perspectivas e composições, para identificar e refletir acerca das influências ocidentais, chinesas e da tradição japonesa presentes na obra. Ao final do projeto propõe-se uma revisão de nomenclatura para as vistas do mundo natural (shizen), produzidas por Hokusai, em sua última fase de criação (século XIX) comumente chamadas, pelos especialistas, de sansuiga (pinturas de montanhas-e-águas), no Japão, ou \"pintura de paisagem\", no Ocidente. Para tanto, na primeira parte contextualiza-se a vida e obra do pintor, apresentando brevemente características da sociedade japonesa, do período Edo (1603-1868), o estilo artístico ukiyo-e, a técnica utilizada, os sistemas tradicionais de transmissão de saberes nas artes e os nomes de artistas (go) do pintor, para então realizar um estudo sobre os gêneros \"pintura de paisagem\", da tradição ocidental, e \"pinturas de montanhas-e-águas\", da tradição chinesa (shanshuihua) e japonesa (sansuiga), a fim de compará-los e reconhecer as influências estéticas e temáticas presentes nas estampas do pintor. Na segunda parte analisa-se a obra \"Cem vistas do Monte Fuji\", elencando-se assuntos dentro de tópicas da tradição pictórica japonesa, para que assim fosse possível reconhecer as camadas e composições das estampas, tal como suas referências formais e temáticas, debatidas no primeiro capítulo. Foi realizado, para fins metodológicos, uma classificação em sete categorias, para cada uma delas foram selecionadas algumas imagens que melhor exemplificam temas e tratamentos formais que se pretendeu discutir: (i.) Cenas históricas, figuras mitológicas e lendárias; (ii.) Pinturas de montanhas-e-águas e de flores-e-pássaros; (iii.) Cenas de homens-letrados, de contemplação e de lugares-famosos; (iv.) Cenas de assuntos religiosos; (v.) Cenas de usos-e-costumes, de viajantes e trabalhadores; (vi.) Os disfarces e as linhas do Mt. Fuji; (vii.) Geometria, carpintaria e arquiteturas.