Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Claudia Aline Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-01042021-094135/
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Resumo: |
Introdução: O Bem-Estar Subjetivo (BES) é um constructo por meio do qual a ciência avalia a Felicidade das pessoas. Melhores estados de BES são associados à melhor saúde e longevidade. Contudo, não há um consenso sobre as relações entre a Hemodiálise (HD) e BES de idosos que fazem o tratamento. Objetivo: O principal objetivo foi analisar as associações do BES com: as características sociodemográficas e clínicas; o número de doenças e autoavaliação do estado de saúde; a realização de atividades e a agradabilidade percebida sobre as mesmas; e o uso do tempo entre os idosos em HD e aqueles que residem na comunidade e não realizam o tratamento. Materiais e método: Trata-se de um estudo observacional, quantitativo e comparativo com delineamento transversal, realizado em três etapas: a) aferição psicométrica dos instrumentos; b) estudo comparativo entre grupos (HD e Comunidade) quanto às variáveis de interesse; e c) estudo da associação entre a Felicidade, medida por meio da satisfação com a vida, afetos positivos e negativos, com variáveis sociodemográficas, clínicas, atividades prazerosas e uso do tempo. A amostra populacional consistiu em idosos em HD no Serviço de Nefrologia de São Carlos-SP e pareada por gênero e idade de idosos da comunidade cadastrados no Programa HIPERDIA e voluntários do mesmo município. Para as entrevistas, foram utilizados os instrumentos: a) Questionário Sociodemográfico e Clínico; b) Mini Exame do Estado Mental; c) Escala de Depressão em Geriatria - versão reduzida; d) Escala de Satisfação com a Vida; e) Escala de Afetos Positivos e Negativos; e) Older Person\'s Pleasant Events Schedule - BR; e f) Relógio de Atividades. Dados clínicos foram coletados dos prontuários médicos. Foram realizadas Análises Fatoriais Confirmatórias dos instrumentos. Para comparação entre grupos, foram usados testes t de Student e Análises de Variância - ANOVAS e, para associação entre as variáveis, foi calculado Coeficiente de correlação de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa conforme Ofício nº 074/2016. Resultados: Os instrumentos apresentaram propriedades psicométricas adequadas para uso. Participaram 42 idosos no grupo HD e 84 no grupo comunidade, a maioria homens (64,3%) com idade entre 60 e 81 anos. Os idosos do grupo HD eram menos escolarizados (p = 0,016) e os da comunidade apresentavam mais doenças (p = 0,024). A realização de HD não teve efeito sobre a satisfação com a vida [F (1,122) = 0,392, p = ,533, η²p = ,003 π = ,095], os afetos positivos [F (1,122) = 1,941, p = ,166, η²p = ,016 π = ,282] e afetos negativos [F (1,122) = 0,470, p = ,494, η²p = ,004 π= ,104), bem como nos sintomas depressivos [F (1,122) = 0,546, p = ,461, η²p = ,004 π= ,114]. A realização de HD reduz o tempo do idoso com a família, nas atividades de lazer e na realização diária das Atividades de Vida, independente do nível escolar e do número de doenças. Observou-se que o BES está associado positivamente à melhor autoavaliação do estado de saúde, à realização de atividades prazerosas de socialização, às atividades relaxantes e às de competência (satisfação com a vida, afetos positivos e negativos com p < 0,001 em todas as associações). Tais atividades quando percebidas como agradáveis contribuem com o BES. Mais horas destinadas às atividades de socialização, em dias da semana, associaram-se positivamente ao BES (satisfação com a vida, afetos positivos e negativos p < 0,001). Em contrapartida, os sintomas depressivos (satisfação com a vida, afetos positivos e negativos p < 0,001) e o tempo sozinho aos domingos (satisfação com a vida p < 0,05 e afetos positivos p < 0,001) apresentaram associação negativa em relação ao BES. Conclusão: A Felicidade dos idosos não esteve associada à realização de HD, ou seja, os idosos em tratamento não são menos felizes comparados aos que não fazem o tratamento. O BES dos idosos esteve associado positivamente com a melhor autoavaliação do estado de saúde, atividades de socialização, relaxantes e de competência, enquanto os sintomas depressivos e o tempo sozinho associaram-se negativamente ao constructo. O grupo de idosos em HD foi mais sensível à realização de atividades com melhora no BES. |