Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1995 |
Autor(a) principal: |
Melo, Mario Sergio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-22062015-130942/
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Resumo: |
A pesquisa realizada teve como objetivo o estudo da Formação Rio Claro e depósitos associados, visando contribuir para a compreensão da evolução geológica neocenozóica da Depressão Periférica Paulista, no centro-leste do Estado de São Paulo. Tendo em vista o caráter descontínuo da maioria dos sedimentos neocenozóicos adotou-se abordagem levando em conta, além das características faciológicas, sua relação com o relevo (níveis planálticos e perfil das vertentes das colinas). Foram mapeados cinco níveis planálticos de extensão regional, sendo que os dois mais elevados ocorrem somente nas províncias geomorfológicas do Planalto Atlântico e Cuestas Basálticas (limítrofes com a Depressão Periférica), e os três mais jovens e rebaixados ocorrem dentro dos limites da Depressão Periférica. A associação de depósitos rudáceos e couraças ferruginosas com estes níveis planálticos é sugestiva de que eles correspondam a pediplanos elaborados durante fases de climas secos. A Formação Rio Claro foi reconhecida na área do platô de Rio Claro, onde é mais contínua, e na borda leste da Depressão Periférica, e ocorrências descontínuas. Ocorre sobre os dois níveis planálticos principais que nivelam as colinas da região. É constituída por depósitos de sistema fluvial meandrante, formados sob clima úmido, agrupados em quatro litofácies principais: lamitos de processos gravitacionais; cascalhos e areias de fundo de canal e barras fluviais; areias de rompimento de diques marginais; e argilas de transbordamento em planície de inundação. Na área do platô de Rio Claro a sedimentação foi controlada pela reativação neocenozóica de falhas com movimentação vertical na estrutura de Pitanga, alto estrutural ativo durante o Mesozóico, situado a jusante do sítio deposiconal. Nas ocorrências da borda leste da Depressão periférica, a sedimentação está mais claramente associada com barramentos litológicos (soleiras e diques de diabásio). Além dos depósitos da Formação Rio Claro, foram identificados vários outros depósitos mais jovens na área estudada, a maior parte deles aparecendo em ocorrências pequenas e isoladas, não mapeáveis na escala 1:250.000. Eles testemunham episódios deposicionais efêmeros e restritos às calhas dos principais rios, e foram agrupados nas seguintes unidades informais: depósitos colúvio-aluviais em rampas e terraços elevados; depósitos aluviais em rampas e terraços elevados; cascalhos aluviais em terraços elevados; depósitos rudáceos de tálus e leques aluviais junto à escarpa de cuesta; depósitos lamíticosde fluxos gravitacionais; cascalhos aluviais em terraçois intermediários; depósitos colúvio-aluviais em baixos terraços; cascalhos aluviais em baixos terraços junto à escarpa de cuesta; depósitos de fundo de boçorocas; depósitos colúvio-eluviais areno-argilosos em topos e rampas de colinas amplas; depósitos lacustres em depressões fechadas; aluviões em planícies e baixos terraços. Dentre estes depósitos mais jovens que a Formação Rio Claro, destacam-se, pelo alcance da área de ocorrência, as coberturas colúvio-eluviais areno-argilosas, extensas e delgadas, situadas em relevos de colinas amplas sobre substrato arenoso. Foram identificados, nos depósitos estudados, os seguintes indicadores paleoambientais do Pleistoceno Superior e Holoceno: fragmentos de carvão vegetal nas coberturas colúvio-eluviais; conteúdo palinológico e microcarvões das turfeiras nos aluviões em planícies e baixos terraços; conteúdo palinológico dos depósitos lacustres em depressões fechadas. As estruturas e feições morfológicas observadas permitiram interpretar a ocorrência de quatro fases de deformações tectônicas pós-triássicas: fase I, jurássico-cretácea, correspondente à injeção de diques de diabásio, com estruturas principalmente WNW-ESSE; fase II, cretácea inferior, com estruturas principalmente NE-SW e secundariamente WNW-ESSE, com movimentação horizontal dominante hidrotermalismo associado; fase III, paleogênica, reconhecida apenas na área do alto rio Pardo, com estruturas E-W, NE-SW e NW-SE e movimentação normal dominante, contemporânea da abertura das bacias de São Paulo e Taubaté; fase IV, neogênica, reconhecida apenas na área da estrutura de Pitanga, deduzida principalmente a partir de evidências morfológicas e da acumulação da Formação Rio Claro. Os resultados da pesquisa incluem mapas geomorfológicos (níveis planálticos), geológico e de estruturas da área estudada, em escala 1:250.000. É apresentada proposta de reordenamento estratigráfico das unidades litoestratigráficas neocenozóicas daquela porção da Depressão Periférica. São reconhecidos alguns dos principais fatores responsáveis pela sedimentação, sequenciados numa proposta de evolução geológica. |