Meditação como terapêutica complementar em gestantes hipertensas na transição do segundo para o terceiro trimestre de gestação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andrade, Fabiana de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-12122023-161427/
Resumo: Objetivo: O objetivo primário deste estudo foi avaliar o efeito da meditação na pressão arterial diastólica em gestantes acometidas por hipertensão arterial crônica, na transição do segundo para o terceiro trimestre de gestação. Os objetivos secundários foram avaliar se pressão arterial sistólica e média, assim como os indicadores de resiliência, atenção plena, qualidade de vida e ansiedade sofrem efeito da intervenção (meditação) no mesmo período gestacional. Métodos: Trata-se de ensaio clínico randomizado, controlado e cego. Foram incluídas gestantes com 21 anos ou mais de idade; com gestação única, tópica entre 20ª e 24ª semanas de idade gestacional, portadoras de hipertensão arterial crônica, não complicada; que realizaram acompanhamento pré-natal em ambulatório de gestação de alto risco; não praticantes previamente de meditação; sem antecedentes pessoais de depressão ou transtornos psiquiátricos; sem doença cardíaca grave ou abuso de drogas ilícitas e/ou álcool; com disponibilidade de smartphone para utilização de áudio guia em aplicativo utilizado no estudo. Os critérios de exclusão foram: diagnóstico de depressão e transtornos psiquiátricos durante a gestação. Utilizaram-se ainda como critérios de descontinuidade o não retorno para seguimento ou o desejo de sair do estudo. Quarenta e sete participantes, que concordaram em participar do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido foram randomizadas em dois grupos: grupo intervenção (meditação atenção focada e monitoramento aberto) n = 24 e grupo controle (cuidados usuais de pré-natal) n = 23. As participantes do grupo intervenção foram orientadas a realizar a prática de meditação duas vezes por dia, por 10 minutos com auxílio dos áudios guia por 8 semanas, com encontros presenciais quinzenais. A coleta de dados de pressão arterial foi realizada quinzenalmente e dados dos questionários complementares: Escala de Resiliência, Mindful Attention Awareness (Escala de Conscientização), Qualidade de Vida e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, foram colhidos no momento da inclusão e pós-intervenção. A análise estatística a ANOVA-oneway foi realizada para avaliar a interação entre grupos controle e intervenção para as medidas versus tempo em todas as variáveis do estudo. Quando diferença estatística assumida, o teste de comparações múltiplas Bonferroni foi aplicado para igualdade de variância assumida. O tamanho de efeito foi avaliado pela Interpretação do Partial Eta Square (n2), sendo: n2 = 0.01 efeito pequeno; n2 = 0.06 efeito moderado; n2 = 0.14 efeito grande. Resultados: Das 47 participantes 36 realizaram o acompanhamento completo, 18 no grupo intervenção e 18 no grupo controle. Os grupos foram similares na análise de linha de base (momento da inclusão no estudo) para variáveis de pressão arterial e questionários. A intervenção resultou em redução significativa da pressão arterial diastólica (p* = 0,010), n2 = 0,17; da pressão arterial media (p* = 0,034), n2 = 0,76; da ansiedade (p* = 0,036), n2 = 0,24 e melhoria da qualidade de vida (p* = 0,015), n2 = 0,39. Conclusão: A meditação resultou em redução significativa da pressão arterial diastólica, pressão arterial média, da ansiedade e em melhoria da qualidade de vida, com tamanho de efeito grande podendo ser terapêutica complementar promissora no seguimento destas gestantes