Amor e ódio no caso clínico do Homem dos Lobos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Grajew, Miriam
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26022019-122304/
Resumo: O estudo sobre o impasse que se dá nas análises pode contribuir para uma reflexão metapsicológica, que, por sua vez, alimenta a experiência clínica, principalmente nos casos em que estão em jogo importantes questões pertinentes à constituição psíquica, e nos permite um maior conhecimento das camadas mais profundas de nosso funcionamento. Nossa hipótese é a de que o impasse se dá somente pela influência concomitante da transferência do analisando e das reações contratransferenciais do analista. No estudo do caso do Homem dos Lobos, observa-se a forte presença de amor e ódio na relação entre a dupla analítica, sendo que esses afetos não teriam sido suficientemente elaborados e o que restou foi uma forte ligação do Homem dos Lobos a Freud, que perdurou no tempo, mesmo depois de tida como encerrada a análise. A posição feminina implícita no desejo homossexual de satisfação com um homem muito surpreendia Freud que via nessa atitude uma das maiores resistências à análise, sem que considerasse a possibilidade da existência de um desejo de castração que a posição feminina implica. De igual modo, o desejo incestuoso pela mãe, evidente na bissexualidade do analisando, não teria sido suficientemente elaborado em análise. Em troca, o que se estabeleceu foi uma relação de fascinação e idealização por parte do Homem dos Lobos, em que não existe lugar para a falta, e se recorre a defesas pela via do isolamento, da onipotência e da busca pelo duplo, diante das angústias arcaicas de aniquilamento. Havia uma alienação apaixonada em relação a Freud, que dificultou o processo de separação dos dois. Com a segunda analista, Brunswick, que se colocou como uma mediadora entre os dois homens, o impasse pôde em certa medida se dissolver e o Homem dos Lobos pôde elaborar minimamente os afetos e transferências de amor e ódio, que lhe deu uma certa independência e lhe possibilitou uma saída pela via da sublimação