Ciúmes e exclusividade amorosa: Uma Investigação Psicanalítica

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Ribeiro, Mariana de Paula de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Amor; Ciúmes; Exclusividade; Exclusivity; Impasses; Jealousy; Love; Psicanálise; Psychoanalysis
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-11102024-172716/

Esta pesquisa tem como objeto de estudo o ciúme amoroso e sua relação com a exclusividade no contexto dos impasses enfrentados no âmbito do amor atualmente. A investigação se baseia numa articulação entre a perspectiva psicanalítica de Freud e Lacan, vinhetas clínicas, materiais culturais e discussões sobre as não-monogamias. O trabalho se desdobra em três principais momentos lógicos. O primeiro pretende responder à grande pergunta O que é ciúmes?, e nele se encontram capítulos que revisam o ciúme na teoria psicanalítica, discutem seu estatuto teórico e clínico e ainda o relacionam com outros afetos próximos, tais como a inveja. O segundo momento procura se debruçar a respeito da origem do ciúme, e para tal é realizada uma investigação do ciúme primordial no processo de constituição subjetiva, focalizando-o a partir do ponto de vista da ferida narcísica, do complexo de intrusão e dos três tempos do Édipo. O terceiro momento da pesquisa visa responder Para onde vai o ciúme?, ou melhor, para onde pode ir - ou seja, ele procura vislumbrar suas possibilidades de manejo. Para tal, propomos uma leitura e caracterização de alguns dos impasses amorosos da atualidade, destacando as especificidades e nuances de ciúme recolhidas a partir da clínica e da cultura. Com ajuda das leituras críticas ao modelo do casal monogâmico, buscamos aprofundar a reflexão a respeito das diferentes formas de amar e suas consequências do ponto de vista do sofrimento e assim podemos interrogar alguns saberes constituídos e referendados pela própria tradição psicanalítica, favorecendo a abertura de novos sentidos. Buscamos, ainda nesse terceiro momento, caracterizar as principais formas de subversão à monogamia e as novas formas de sofrimento associadas a essas transformações, para nos interrogar a respeito das potências e limites que essas propostas apresentam para enfrentar os ciúmes e outros impasses amorosos. Por fim, articulando as reflexões dos três momentos do texto, buscamos refletir sobre os principais caminhos para o manejo do ciúme e qual papel a subversão da lógica da exclusividade pode ou não cumprir nessa empreitada.