Sublimação e seus impasses: um encontro de Freud com personagens de Woody Allen

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gemignani, Thais Fontana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-28062013-152602/
Resumo: O presente trabalho de pesquisa em Mestrado teve por objetivo o estudo da problemática psicanalítica da sublimação, bem como de seus impasses, a partir de quatro personagens trazidos por Woody Allen em seu filme Interiores (1978) Eve, Renata, Joey e Flyn. Buscou-se tomar referidos personagens como casos clínicos e fazê-los encontrar a sublimação de Freud, de sorte a realizar uma fecundação recíproca entre psicanálise e a obra cinematográfica de Woody Allen, entre sublimação e a problemática dos impasses vividos pelos personagens em seus processos sublimatórios - ora estagnados, ora natimortos, ora confundidos com a idealização -, trazida de forma recorrente pelo cineasta através de inúmeros personagens em seus filmes. A pergunta que deu origem a esta Dissertação foi O que será que Woody Allen tem a nos ensinar com esses personagens sobre o trabalho sublimatório, e como a sublimação de Freud nos ajudaria a entender essas figuras trazidas por este profícuo cineasta?. Com o objetivo de responder esta questão, foram trabalhadas, inicialmente, algumas aproximações possíveis, historicamente, entre psicanálise e arte, assim como entre psicanálise e cinema, delineando a justificativa bem como as estratégias de pesquisa utilizadas. Em seguida, procurou-se aproximar brevemente Woody Allen e psicanálise, discorrendo sobre a vida e a produção cinematográfica deste cineasta e contextualizando Interiores em sua filmografia. Em um segundo momento, avança-se para o estudo da sublimação no contexto da obra freudiana, procurando recuperar as passagens acerca deste conceito distribuídas no discurso de Freud e algumas mudanças sofridas ao longo do tempo por alguns conceitos fundamentais para o corpo teórico psicanalítico que produziram efeitos sobre a concepção de sublimação ao longo da teoria freudiana. Partiu-se inicialmente de Freud, cotejando suas ideias com o trabalho de alguns pensadores que se debruçaram sobre seus fragmentos concernentes à sublimação e procuraram fazer um aporte à sua conceituação. Explorou-se de forma mais acentuada o trabalho de Joel Birman, que pensa a sublimação como sublime ação, um processo psíquico complexo que supõe estruturação subjetiva, ruptura com fixações objetais narcísicas, criação de novos objetos de satisfação pulsional e de novas formas de subjetivação e que demanda um processo de luto do eu ideal que passa pela vivência do desamparo e o alcance da posição feminina. Em um momento posterior, partindo do trabalho de Freud e cotejando-o com o pensamento de Joel Birman, e uma vez apresentados os casos clínicos, passou-se ao encontro de Eve, Renata, Joey e Flyn com a sublimação de Freud, procurando articular os casos clínicos e seus impasses no processo sublimatório à problemática psicanalítica da sublimação, em uma fecundação recíproca. Ponderouse, ao longo desta pesquisa, que Eve, Renata, Joey e Flyn metaforizam impasses da criação sublimatória que podem ser vividos pelo sujeito, como a idealização; a angústia diante da constatação da nossa mortalidade, e consequente paralisia criativa; o belo como fuga à constatação da castração e que pode ser confundida em sua aparência com o sublime; e a identificação narcísica que congela o sujeito em uma posição melancólica e o impede de criar