Elementos indígenas na construção da identidade nacional brasileira (1750-1850)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lourenço, Jaqueline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-09092016-123310/
Resumo: Esta tese analisa diferentes imagens e concepções elaboradas por protagonistas da cena política, pintores, literatos, viajantes e cronistas acerca dos povos indígenas da América portuguesa e do Brasil entre 1750, - ano em que D. José I assumiu o trono português e começou a introduzir as reformas pombalinas - e 1850, um dos marcos de consolidação do Estado nacional brasileiro. A periodização supracitada toma os dois marcos, inicial e final, como balizas cronológicas preliminares e estratégicas, e por isso, aproximativas e flexíveis. Resulta de um recolhimento exaustivo dessas visões em documentação de tipo variado: memórias, cartas, imprensa periódica (1808-1850), debates parlamentares (1826-1850), relatos de viajantes, textos literários e fontes iconográficas dos séculos XVIII e XIX, analisando-as de modo a entender como os indígenas eram vistos na cena pública pelos protagonistas de diferentes momentos políticos na América Portuguesa e posteriormente Brasil. Em última instância, objetivou-se compreender como, em meio à multiplicidade de imagens do indígena plasmadas por séculos, surgiram imagens positivas em momentos historicamente cruciais, a exemplo do processo de gestação de múltiplas identidades da América Portuguesa, das quais surgiu, no século XIX, uma brasileira capaz de satisfazer a um projeto incipiente de identidade nacional amparado em partes na figura do indígena. Tal projeto seria forjado no curso das lutas políticas independentistas e reiterado posteriormente, durante os primeiros anos do Segundo Reinado (1840-1889). Esta tese de doutorado é decorrente da dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo intitulada Um espelho brasileiro: visões sobre os povos indígenas na construção de uma simbologia nacional no Brasil (1808-1831), orientada pelo Prof. Dr. João Paulo Garrido Pimenta e financiada pelo CNPq. A dissertação acercou-se da identificação de um esboço de identidade nacional construída a partir de elementos simbólicos indígenas durante o processo de independência do Brasil. Esta primeira pesquisa deu margem ao aprofundamento de questões nela apenas sinalizadas, sendo fundamental o alargamento do período e das fontes estudados de modo, inclusive, a alargar o escopo analítico para além do tema da identidade nacional.