Concentrados proteicos na alimentação de dourado (Salminus brasiliensis): aspectos zootécnicos, fisiológicos e econômicos

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: França, Welliton Gonçalves de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Algodão; Cottonseed; Digestibilidade; Digestibility; Hematologia; Hematology; Soja; Soybean
• Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-05032020-134522/

O processamento adicional utilizado para a obtenção de concentrados proteicos reduz a presença de fatores antinutricionais (FANs), níveis de lipídeos e carboidratos nos ingredientes vegetais, tornando-os mais digestíveis. Este trabalho teve por objetivo avaliar aspectos zootécnicos, fisiológicos e econômicos do uso de concentrados proteicos na alimentação do dourado (Salminus brasiliensis). Para tanto, foram realizados três ensaios: o primeiro avaliou o coeficiente de digestibilidade da proteína (CDAPB) do farelo de algodão (FA - 46,1 % PB), do farelo de soja (FS - 47,1% PB), do concentrado proteico de algodão (CPA - 56,0% PB) e do concentrado proteico de soja (CPS - 58,4% PB) em juvenis de dourado (30,3 ± 0,5 g); o segundo ensaio avaliou o desempenho de juvenis de dourado (20,3 ± 1,2 g) alimentados com dietas contendo níveis crescentes (0, 20, 40, 60, 80 e 100 %) de substituição da farinha de peixe (FP - 55,3 % PB) por CPA e CPS; o terceiro ensaio avaliou os efeitos da substituição total (100%) da FP por CPA nas dietas na morfologia intestinal do dourado através de microscopia eletrônica de varredura. O CDAPB apresentou valores superiores a 90% para todos os ingredientes testados, os maiores valores de proteína digestível (PD) registrados para os concentrados CPA (51,8 % PD) e CPS (55,48 % PD). A substituição total da FP por CPA e CPS na dieta não influenciou o desempenho dos peixes. O consumo de ração pelos peixes se manteve estável e não apresentou alterações por conta da variação da fonte de proteína dietética. A composição química da carcaça dos peixes não foi influenciada pela substituição da FP na dieta. Os peixes alimentados com CPA apresentaram as menores médias de hemoglobina (≥ 0,22 g dL-1), enquanto os peixes alimentados com CPS tiveram o número de eritrócitos aumentado (≥ 204,45 x 104 μL-1). Não foram registradas alterações histológicas no trato digestório dos peixes, entretanto a camada muscular apresentou as menores médias quando os animais foram alimentados com dietas sem combinação das fontes proteicas (≥133,59 μm). Foram registradas alterações na conformação da mucosa intestinal dos animais alimentados com a dieta contendo 100% CPA aos 14 dias do período experimental, entretanto estas alterações não eram visíveis aos 21 dias, indicando adaptação da espécie à dieta. O lucro foi maior na substituição de 100% da FP por CPA (R$ 10,64) e de 88,5% por CPS (R$ 10,05). Pode-se recomendar a inclusão de CPA em substituição total à farinha de peixe em dietas para organismos aquáticos, mas a inclusão de CPS deve ser realizada com cautela quando o objetivo é a manutenção do desempenho.