Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Grande, Keilla Conceição Petrin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-25042024-120553/
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Resumo: |
A presente pesquisa propõe-se a estudar o roteiro cinematográfico a partir de sua configuração textual, analisando-o sob a perspectiva de um trabalho estético-linguístico, que, para além da linguagem técnica, faz uso também da linguagem simbólica, metafórica, plurissignificativa, explorando a palavra em suas múltiplas possibilidades e engendrando universos ficcionais e formais. Considera-se que os roteiros são textos que apresentam autonomia e especificidade e, ainda que elaborados para uma produção a posteriori, ou justamente por isso, assumem uma composição particular, em que se imbricam a linguagem técnica, inerentes à escrita fílmica, e a criação artística, já que os roteiros também exploram o ficcional, o narrativo e o poético. Nesta tese, reputa-se ao roteiro o caráter de objeto estético autônomo, que ultrapassa a mera condição de guias de filmagem, e tanto pode ser lido em sua relação com o filme como independente dele. Para esta investigação, elegeram-se três roteiros que originaram filmes os quais se inscreveram como marcos na cinematografia brasileira: Limite (1931), de Mário Peixoto; Terra em transe (1967), de Glauber Rocha, e O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla. Cada um dos roteiros constituiu sua própria linha teórica a partir daquilo que o texto sugeriu como caminho reflexivo e análise crítica. Em Limite, destaca-se o caráter poético que Peixoto imprimiu a seu texto, compondo um roteiro de \"versos visuais\". Em relação ao texto de Glauber, examina-se o primeiro tratamento de Terra em transe, buscando as proposições que esse texto incipiente ofereceria em termos de configuração textual e ficcional, e como ele se inscreveria na perspectiva de outros trabalhos de Glauber. Já a espessura do roteiro de O Bandido da Luz Vermelha levou à percepção de que o texto sganzerliano define e antecipa o filme, não apenas por sua trama bem constituída no texto, mas também pela minúcia das descrições técnicas que proporcionam ao leitor uma espécie de visualização do processo da elaboração imagética em cada sequência. Para as reflexões teóricas que perpassam essa pesquisa, dialogamos, de forma primordial, com os trabalhos de Octávio Paz, Ismail Xavier, Jean-Claude Bernardet, Saulo Pereira de Mello, além dos textos críticos, teóricos e literários que os próprios roteiristas aqui estudados também produziram. Este estudo mostra que roteiros cinematográficos podem constituir-se como objetos autônomos e suficientes, propícios à análise, pesquisa e leitura, da mesma forma que outros gêneros reconhecidos pela crítica |