A controvérsia do planejamento na economia brasileira: a retórica como Instrumento de formação de crenças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Dib, Darwin Sallas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-31012022-141257/
Resumo: O capítulo I pretendeu explicitar em primeiro lugar uma forma de representação do uso da retórica no âmbito do esquema de comunicação entre dois agentes: o receptor e o emissor da mensagem. Pretendeu-se também definir que a necessidade de adaptação da mensagem à audiência é um imperativo derivado da existência de crenças pré-estabelecidas e fora do controle racional dos agentes. No contexto do esquema de comunicação entre dois agentes (cuja origem é a ciência cognitiva) pretendeu-se também esquematizar os graus de sujeição do emissor às crenças do receptor de modo a visualizar de modo mais claro as varias possibilidades abertas com o uso da retórica, uma delas de desvirtuamento do processo de presuasão - quando o papel do emissor degenera de líder para liderado no processo de formação de crenças. A aplicação empírica da análise retórica (realizada no capítulo III tendo como objeto de estudo a Controvérsia do Planejamento, evidenciou primordialmente o efetivo uso de técnicas de argumentação retórica por parte dos participantes do debate. Outro aspecto evidenciado foi a adaptação de ambos os emissores às crenças difundidas da platéia em questão. Esta adaptação foi evidenciada através da semelhança das estratégias retóricas de ambos os oponentes do debate, apesar do flagrante antagonismo das recomendações concretas de política econômica. Ainda sob o aspecto de uma melhor identificação do uso da retórica, o capítulo I pretendeu definir o conceito de \"idéia-núcleo\" (A) - isenta de componentes de retórica - e da idéia adaptada à audiência (Â) - mais próxima das crenças pré-estabelecidas da platéia. A análise da Controvérsia permitiu verificar a possibilidade concreta de decompor um determinado discurso em subconjuntos de proposições que podem ser enquadradas nas especificações da idéia original, pretendida pelo emissor, e da idéia adaptada para as crenças da audiência. ) Acredita-se que esta forma de identificar os subconjuntos de idéias presentes num determinado discurso possa auxiliar na análise retórica em economia. Do ponto de vista do levantamento da conjuntura histórica que propiciou a efetivação da Controvérsia (apresentado no capítulo II) ficou evidenciada a importância de uma massa crítica de interesses envolvidos para dar início à Controvérsia, formando assim, o conjunto de razões que possibilitam a própria existência deste debate econômico fora das fronteiras acadêmicas. Acredita-se também que a análise da Controvérsia e do comportamento dos debatedores exemplifica claramente a exigência de inteligibilidade do economista no momento em que pretende formular diretivas de política econômica e, portanto, cumprir seu papel profissional além dos muros da comunidade acadêmica